Redação Planeta Amazônia
Aprender a diferença entre bicho-pau verdadeiro e falso bicho-pau e a importância dos insetos para manutenção da biodiversidade da Amazônia é uma das atividades que estão sendo apresentadas durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). A programação iniciou dia 14 e segue até dia 22 de outubro de 2023 com atrações diversas, desde exposições, palestras, oficinas e pinturas até visitas técnicas a laboratórios.
O bicho-pau é um inseto que se utiliza da camuflagem para passar despercebido na natureza por ter um formato semelhante a um galho, mas na natureza existe um gafanhoto que apresenta características quase idênticas ao verdadeiro. É o que estuda Larissa Queiroz, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Entomologia do Inpa, que realiza pesquisas com o bicho-pau e, atualmente, é a única que trabalha com taxonomia especializada com esses gafanhotos.
Durante a exposição, crianças, adolescentes e até adultos se fascinaram e foram desafiados a descobrir qual era o verdadeiro e o falso. Larissa explica que o verdadeiro bicho-pau apresenta a cabeça arredondada, antenas longas e todas as pernas de tamanho parecido, uma vez que foram feitos só para andar, em alguns casos, apresentam asas. Já o falso, na verdade, é um gafanhoto da família Proscopiidae, que se utiliza da mesma técnica de camuflagem, mas apresenta algumas diferenças, entre elas o terceiro par de pernas é maior, isso porque os gafanhotos são adaptados para pular, além disso, a cabeça é diferente, mais alongada com a boca maior, uma vez que os gafanhotos são famosos por destruir plantações e o falso bicho-pau nunca vai apresentar asas.
Larissa diz que é necessário que a comunidade científica esteja mais interessada em trabalhar com falso bicho-pau para que se descubram novas espécies. “Cada vez mais nós temos áreas de mata que estão sendo destruídas e com isso uma grande diversidade de insetos desconhecidos está se perdendo e muitas vezes poderiam ser úteis em várias coisas na humanidade, na natureza, e na manutenção do equilíbrio e a gente tá perdendo todo esse conhecimento”, pontua.
A doutoranda ficou um ano monitorando os hábitos do falso bicho-pau nos municípios de Iranduba, Presidente Figueiredo (Balbina) e na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para descobrir o comportamento deles e até mesmo possíveis novas espécies. Para saber mais sobre as diferenças e curiosidades do bicho-pau acesse o Instagram (@casalbichopau).
Imersão no mundo dos Insetos
Com a proposta de tornar conhecida a Coleção de Invertebrados do Inpa, a atividade tem levado o público a uma imersão no mundo dos insetos, desmistificando aquele olhar popular de que insetos são perigosos ou nojentos, mostrando o papel de cada um deles na natureza, na importância ecológica e nos serviços ecossistêmicos. O projeto faz parte do Programa de Apoio a Popularização e Divulgação para CT&I e tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Alexandre Somavilla, pós-doc do Inpa, é quem lidera a exposição do projeto intitulado “Coleção de Invertebrados do Inpa de portas abertas: uma imersão no mundo dos insetos”. Ele diz que é importante que crianças aprendam desde pequenos a importância dos insetos na natureza. “A nossa missão é desmistificar e tornar o mundo dos insetos, um mundo interessante, mostrando essa importância. Com as crianças utilizamos, além da exposição visual, atividades de pinturas, montagem de insetos e a experiência de tocar e sentir os insetos. Com os adultos, utilizamos uma abordagem diferente, e falamos mais abertamente sobre a importância de cada um, além de suas curiosidades”, frisa.
Durante a atividade, as crianças podem pintar e realizar atividades educativas que incentivam os pequenos a entenderem mais sobre os invertebrados, principalmente os insetos. Além disso, os visitantes podem tocar nos insetos e olhar de perto suas características e cores vibrantes. Para saber mais sobre o Mundo dos Insetos, acompanhe o Instagram do Projeto (@insetosinpa).
A Semana continua até o dia 22 de outubro, com atividades voltadas para educação ambiental, divulgação e popularização da ciência.