Redação Planeta Amazônia
O café está presente diariamente na mesa do brasileiro e é um dos produtos mais consumidos do mundo. Em Roraima, com o fomento do Governo do Estado para fortalecer a economia de base do setor primário, há agentes que acreditam no potencial do grão com qualidade de origem a nível local. É o caso da produtora rural Maria Antônia Araújo, proprietária do Sítio Lua, localizado no P.A. (Projeto de Assentamento) Caju, localizado no município de Bonfim.
A agricultora familiar, que é conhecida na região do Caju como Dona Lua, cultiva o café há dois anos e, desde então, já colheu 480 quilos do grão. Atualmente, ela possui 842 pés de café em uma área de 1 hectare, tendo uma média produtiva de 18 quilos a cada 10 pés do grão.
“Quando a gente começou a plantar aqui, foi um momento de satisfação, porque com 15 dias o café já estava brotando. Foi aí que eu disse: ‘aqui vai dar tudo certo para nós’. E então, para a gente, o café é ouro, é a nossa alegria. Daqui para frente, quero plantar uns cinco mil pés (de café)”, declarou Dona Lua.
E é por meio desta parceria que foi realizado nessa segunda-feira, 30, o I Encontro do Polo Cafeeiro de Roraima Café + Forte. Além da visita técnica ao Sítio Lua, a programação teve a conferência de um viveiro de café do tipo robusta amazônica que está em construção e várias palestras voltadas a produtores rurais, com o objetivo de difundir a ideia de implantação da cadeia produtiva de café em Roraima.
Assim como a produtora, 16 famílias de agricultores decidiram apostar no café, formando o chamado “Polo Cafeeiro” em Bonfim, maior área desse tipo de plantação no Estado. A introdução do grão na região se deu em 2020, por meio do regime “Jardins Clonais – Robusta Amazônico”, realizado pelo Governo de Roraima em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Governo viabiliza plantio do café em escala comercial com parceria de instituições
De acordo com o presidente do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Roraima), Marcelo Pereira, a reunião é o primeiro passo para a difusão do café em Roraima, por meio do Projeto de Cafeicultura, que está em fase inicial, mas já conta com algumas parcerias para execução e, em breve, entrará no leque de atividades do eixo de desenvolvimento, como o Projeto de Grãos.
“Com parceria de uma empresa do Espírito Santo, que está investindo em produtores locais de Roraima, vamos trabalhar para viabilizar o plantio em escala comercial para pelo menos 250 produtores do Estado no Alto Alegre, Amajari, Cantá, Bonfim, Boa Vista e Normandia”, destacou.
O chefe-geral da Embrapa, Edvan Chagas, ressaltou não somente a necessidade de políticas públicas para o fomento da agricultura familiar por meio das soluções tecnológicas da produção, mas também, o trabalho desenvolvido pela atual gestão que visa evoluir a produção no campo.
“Com essa sinergia entre todas as secretarias do Estado e o apoio de instituições públicas e privadas, nós conseguiremos levar novas oportunidades para os produtores, fazendo com que eles possam plantar, produzir e produzir com qualidade, de forma efetiva, revertendo-se em geração de renda e qualidade de vida para os nossos agricultores familiares”, finalizou.