Redação Planeta Amazônia
O projeto “Mujeres Fuertes”, que capacita mães solos migrantes e refugiadas a abrirem o seu próprio negócio, venceu o Prêmio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na categoria “Transversalidade dos direitos fundamentais”. A premiação, que é considerada uma das mais importantes do país, aconteceu, nessa quarta-feira (27), em Brasília.
O prêmio CNPM 2024 – Conexões que Transformam identifica, premia e dissemina projetos e programas bem-sucedidos do Ministério Público brasileiro, alinhados ao Plano Estratégico Nacional, e contribuindo para a melhoria da eficiência institucional e dos serviços prestados à sociedade.
O “Mujeres Fuertes” oferece capacitação profissional com temas fundamentais como empoderamento feminino, gestão de finanças, aulas práticas, marketing digital, entre outros. Atualmente, a iniciativa está em sua 7ª edição no Amazonas e na 3ª turma em Roraima, beneficiando 490 participantes.
“É um projeto que impactou muitas mulheres, mais de 1.700 pessoas indiretamente e centenas de mulheres diretamente, isso em 10 turmas nos municípios de Manaus e Boa Vista, os dois estados brasileiros que mais recebem o fluxo migratório venezuelano. Estamos aqui hoje para comemorar um momento de transformação, modificação e empoderamento de muitas vidas”, Alzira Melo Costa, procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho do Amazonas e Roraima (MPT – AM/RR).
O projeto é implementado pela Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos, com verba oriunda de reversão trabalhista do MPT-AM/RR, e tem apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Tribunal Regional da 11ª Região (TRT 11° Região).
O diretor-presidente do Hermanitos, Tulio Duarte, compartilha que o projeto é pensado nas principais dores enfrentadas por mães solos e refugiadas. “Desde o início, o projeto impactou dezenas de pessoas, famílias, crianças. Ele pôde criar prosperidade, oportunidades de geração de renda e, principalmente, uma rede de proteção e de apoio, onde elas conseguem se empoderar e trabalhar juntas para construir um futuro mais próspero para elas e suas famílias”.
Segundo o Relatório Mundial sobre Migração de 2024, lançado pela Agência da ONU para as Migrações (OIM) em maio deste ano, há mais de 281 milhões de migrantes em todo mundo, enquanto o número de pessoas deslocadas alcançou a cifra recorde de 117 milhões ao final de 2022.
“É um grande reconhecimento de um projeto que é voltado à proteção, assistência, inclusão socioeconômica das mulheres refugiadas e migrantes aqui no Brasil. Esse projeto é muito simbólico, representa a capacidade, a força das mulheres de recomeçar a sua vida no Brasil”, Davide Torzilli, representante da ACNUR no Brasil.
“O prêmio reconhece uma grande parceria entre o Ministério Público do Trabalho, o Hermanitos, a Agência da ONU para Refugiados, mas também as milhões de mulheres e meninas refugiadas que representam a metade dos quase 120 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo”, finaliza Davide Torzilli.