Por Ila Verus
Em dez anos a devastação do garimpo na Amazônia Legal dobrou, passou de 99 mil
hectares para 196 mil entre os anos de 2010 e 2021, segundo dados do relatório
divulgados pelo MapBiomas. A área devastada caberia São Paulo dentro, pois a
extensão dos danos causados pelo garimpo equivale a 2 mil km², enquanto isso, a cidade
de São Paulo tem 1,5 mil km².
Foi observado que as áreas que mais foram atingidas, são as áreas de proteção ambiental
e terras indígenas, com um crescimento de 352% e 632%, respectivamente. Os estados
do Pará e Mato Grosso lideram a devastação das florestas causada pelo garimpo.
Segundo o MapBiomas, foram 113,7 mil hectares destruídas em território paraense e
59,6 mil hectares em terras mato-grossenses.
A extração de minério já é considerada uma das principais causas de devastação das
áreas verdes da Amazônia, paralela com a grilagem (prática criminosa de invadir
ilicitamente propriedades de terras públicas) e a extração ilegal de madeira, uma prática
que tema avançado segundo o último levantamento do Sistema de Monitoramento da
Exploração Madeireira (SIMEX) a extração de madeira da Amazônia atingiu 464 mil
hectares em 2020.
O garimpo para poder atuar precisa de uma licença, mas isso nem sempre acontece. A
maioria das vezes, a prática ocorre em áreas de proteção ambiental e terras indígenas,
que é proibido por lei federal.
Rio Madeira
O rio Madeira é um dos alvos dos garimpeiros. Em novembro de 2021, a Polícia Federal
recebeu uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre a existência de 300
balsas na região de Rosarinho, no Amazonas. Com isso, em duas semanas havia cerca
de 1,8 mil garimpeiros na região.
Em 2017, a Justiça Federal decretou a proibição do garimpo no rio Madeira. A sentença
que vale até os dias atuais, se estende em uma área de mais de 37 mil hectares, na região
sul do Amazonas.
Mesmo após a proibição federal a prática ainda acontece ilegalmente no rio. A atividade
garimpeira que é um grande risco ao ecossistema, pois contamina as águas e provoca a
degradação na saúde de comunidades ribeirinhas e indígenas da região, porém os danos
podem se estender para além da região onde ocorre o garimpo.