Amazônia e Justiça Climática: Um Chamado Urgente à Ação

Joana Menezes (*)

O recente Congresso Internacional de Direitos Humanos da Amazônia, realizado pelo Governo do Estado do Pará, trouxe à tona uma questão central para o futuro do planeta: a relação indissociável entre a crise climática e os direitos humanos. Com o tema “Direitos Humanos, Justiça Climática e Autodeterminação dos Povos da Floresta”, o evento destacou a urgência de ouvir e incluir os povos amazônicos nas decisões políticas que moldam o destino da maior floresta tropical do mundo.

Lideranças indígenas, ribeirinhos, mulheres quebradeiras de coco e agroextrativistas compartilharam suas vivências e soluções durante o congresso. Essas situações, muitas vezes invisibilizadas, são os verdadeiros guardiões da biodiversidade e detentores de conhecimentos essenciais para enfrentar uma crise climática. No entanto, continuam a ser os mais impactados pela destruição ambiental e pela exclusão das políticas públicas.

O Brasil precisa reconhecer que ouvir os povos das florestas, das águas e dos mares não é apenas uma questão de justiça, mas uma necessidade estratégica para enfrentar uma crise climática. Esses grupos não são apenas vítimas das mudanças climáticas; são protagonistas de alternativas sustentáveis ​​e justas para a conservação ambiental. Sem o conhecimento e a participação ativa dessas comunidades, qualquer tentativa de preservação será incompleta e ineficaz.

O evento também lançou luz sobre o papel do Brasil na COP 30, que será sedada em Belém. A Amazônia, centro das atenções globais, precisa ser protegida não apenas como um patrimônio ambiental, mas como um território vivo, habitado por milhões de pessoas que dependem dela para sua sobrevivência e cultura. Ignorar essas vozes é comprometer o futuro de todos.

É hora de transformar discursos em ações. O compromisso com a preservação da Amazônia exige políticas públicas que respeitem os direitos dos povos tradicionais, combatam o desmatamento e promovam modelos econômicos econômicos. A comunidade internacional também precisa fazer sua parte, reconhecendo que a crise climática é um problema global que exige soluções coletivas.

O Congresso Internacional de Direitos Humanos da Amazônia foi um marco importante, mas é apenas o começo. Que este chamado à ação inspire mudanças concretas e permanentes. O futuro da Amazônia é o futuro do planeta. E ele começa agora.

* Articuladora da REPAM para a COP 30

By emprezaz

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