Redação Planeta Amazônia
O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) vai calcular o risco climático de propriedades rurais da Amazônia e do Cerrado para oferecer informações sobre como o clima está afetando a produtividade das regiões. A ação marca o Dia Mundial do Meio Ambiente em 5 de junho.
Para participar, o produtor rural deve se inscrever por meio deste formulário. O cálculo é oferecido gratuitamente pelo IPAM. Serão aceitas as primeiras 500 inscrições para a realização da análise.
A iniciativa integra as atividades de um projeto de pesquisa chamado GALO (Global Assessment from Local Observations), desenvolvido pelo IPAM e pelo Centro de Pesquisa Climática Woodwell, para entender a relação entre conservação e produtividade no campo.
“O risco climático ocorre quando a produtividade rural cai devido a condições como a seca. O objetivo desse cálculo é identificar os principais fatores que afetam negativamente a produtividade e os manejos que revertem os efeitos negativos”, diz Ludmila Rattis, pesquisadora do IPAM e do Centro de Pesquisa Climática Woodwell, coordenadora do projeto.
Para fazer a conta, os pesquisadores criaram um modelo que usa os dados de produtividade da área rural para dizer o quanto a propriedade já teve de risco climático no passado e quais as projeções desse risco no futuro.
Mais de 70 produtores rurais de Mato Grosso e do Matopiba ‒ fronteira agrícola formada por municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia ‒ já receberam os resultados da análise sobre suas propriedades.
Entre os benefícios estão o planejamento adequado para safras futuras, já que os produtores recebem também uma projeção de produtividade baseada nos modelos climáticos do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima das Nações Unidas.
“A partir do momento em que o produtor sabe o risco que o clima oferece à produtividade, de forma material e palpável, ele passa a ter mais subsídios para investir em práticas agrícolas sustentáveis e minimizar esses impactos, além de cobrar ações de seus representantes políticos”, diz Rattis.
Um dos resultados que o projeto de pesquisa já apresentou é que a restauração da vegetação nativa aumenta a produtividade rural e previne a quebra de safra. No caso da soja, a área restaurada localmente faz a produção crescer em até 10 sacas, ou 600 quilos por hectare.