Cortejo da Murta marca festejos do Ciclo do Marabaixo 2025, no Amapá

Redação Planeta Amazônia

No último domingo (8), moradores da Área de Proteção Ambiental (APA) do Curiaú, paticiparam do Cortejo da Murta da Santíssima Trindade, momento que integra o Ciclo do Marabaixo 2025, programação apoiada pelo Governo do Amapá e que segue até o dia 22 de junho.

Os devotos foram até uma região de mata nas proximidades para fazer a colheita da murta, erva que serve para enfeitar o mastro, erguido ao raiar do dia. O Cortejo acontece entre o ponto de retirada e o barracão, com os marabaixeiros entoando os ladrões (versos) e mantendo viva a tradição.

“Esse é um dos momentos mais aguardados dentro da programação do Ciclo. Além da tradição em si, o Cortejo da Murta envolve a união de familiares e integrantes do nosso grupo, para mantermos o legado dos nossos antepassados”, disse a coordenadora do grupo Santíssima Trindade da Casa Grande, Josefa Chagas.

E a união é também de gerações. Entre os participantes dos rituais, estava a jovem Nádia Nayara Ramos, de 19 anos, que destacou a felicidade que é ser parte da manutenção da tradição de seu povo. “É mais um momento importante. Participo das rodas de marabaixo desde criança e cada vez que temos oportunidade de fazer parte disso é uma emoção diferente”, destacou Nádia.

foto: Gabriel Penha_ Fundação Marabaixo_GEA

Simultaneamente, a programação do Domingo do Mastro ocorreu também em outros barracões dos bairros da Favela (Santa Rita) e Laguinho, além da Santíssima Trindade exaltando também o Divino Espírito Santo. Teve cortejo e caixas rufando nos grupos Marabaixo do Pavão, Raízes da Favela, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic) e Raimundo Ladislau.

Ciclo do Marabaixo 2025

Em 2025, o Ciclo do Marabaixo celebra o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a “Tia Biló”, matriarca do marabaixo do Laguinho, falecida em 2021, aos 96 anos. O investimento para o festejo é de R$ 2,5 milhões, fruto de recursos do Tesouro Estadual e de emenda destinada pelo senador Randolfe Rodrigues.

A programação é realizada pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi, este ano, de 19 de abril a 22 de junho.

By emprezaz

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