Redação Planeta Amazônia
Mais de 400 jovens de povos e comunidades tradicionais da Amazônia divulgaram a Carta Regional das Juventudes, documento que reúne propostas concretas para fortalecer políticas públicas, garantir financiamento direto a organizações comunitárias e adaptar educação e saúde à realidade amazônica.
O texto é resultado do Encontro das Juventudes de Povos e Comunidades Tradicionais, realizado no Quilombo São Francisco do Bauana, entre Alvarães e a Floresta Nacional de Tefé, região duramente afetada pela seca e pelo aumento da temperatura nos últimos dois anos.

Durante o evento, os participantes destacaram a importância da segurança territorial, do fortalecimento das economias da sociobiodiversidade e da atuação da juventude em espaços de decisão. “Queremos ser ouvidos. Lutamos por políticas públicas que nos representem e que respeitem nossos saberes e modos de vida”, afirmou Denise Godim, jovem da comunidade Bauana.
Além das reivindicações políticas, o encontro também celebrou os 40 anos do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), os 35 anos das Reservas Extrativistas (Resex) e os 14 anos do projeto Jovens como Protagonistas pelo Fortalecimento Comunitário.



A carta será apresentada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para este ano em Belém (PA). Segundo Wendel Araújo, secretário de Juventude do CNS, “a juventude está presente, sonhando e propondo alternativas para manter a floresta em pé”.
O evento também contou com manifestações culturais, como desfiles temáticos, danças tradicionais e instalações artísticas, reforçando o papel dos jovens na preservação ambiental.
A iniciativa teve apoio de organizações como CNS, Memorial Chico Mendes, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), SOS Amazônia, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), entre outras.