Redação Planeta Amazônia
Um seminário promovido pelo Projeto Rural Sustentável – Amazônia realizado entre os dias 1º e 3 de junho discutiu estratégias para fortalecer as cadeias do cacau e do açaí no Pará., O evento reuniu representantes da base produtiva, do setor privado, além de instituições de pesquisas e do poder público.
No primeiro dia do encontro, foi realizada uma agenda técnica, com o Grupo Gestor Estadual (GGE) do Plano ABC+, com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Para o secretário-adjunto da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), João Crescêncio, este foi o momento para identificar pontos importantes nas duas cadeias produtivas. “É uma forma de viabilizar que boas práticas do ABC+ cheguem de forma organizada e eficiente até quem produz”, informou.


No segundo dia, o destaque foi o diálogo entre as Organizações Socioprodutivas (OSPs) já apoiadas pelo Projeto, e aquelas que passam a integrar a iniciativa a partir deste ano. “Esse momento é para muita construção, diálogo e participação. Vamos reapresentar o Projeto e conversar sobre assistência técnica, benefícios coletivos, ações de capacitação e possibilidades de adaptar o plano inicial aos interesses e vocações de cada organização”, explicou Tadeu Assad, coordenador-geral do Projeto e diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).
No último dia, aberto ao público, foram apresentados os estudos de mercado e os planos de fortalecimento das duas cadeias produtivas, desenvolvidos a partir de diagnósticos participativos com produtores, cooperativas, técnicos, empresas e representantes do governo. Os estudos analisam gargalos e oportunidades, enquanto os planos propõem soluções concretas para aumentar a competitividade, agregar valor à produção e ampliar o acesso dos produtos amazônicos a novos mercados.
“Essa é uma oportunidade de compartilhar, com todos os elos da cadeia, os resultados obtidos após um processo de escuta ativa e diálogo com produtores, técnicos, empresas e representantes do poder público. As propostas apresentadas visam enfrentar desafios estruturais e promover a inovação, o acesso a mercados e a valorização da floresta em pé”, destacou Pedro Xavier, coordenador de Fortalecimento de Cadeias Produtivas e de Mercados do Projeto.
O estudo de mercado apresentado no terceiro dia analisou mais de 200 pontos de venda no Brasil e no exterior, e ouviu mais de 900 consumidores, mapeando tendências, preferências e diferenciais competitivos dos produtos da sociobiodiversidade amazônica. Os dados devem servir como subsídio para estratégias comerciais e políticas públicas voltadas à geração de renda e valorização da floresta em pé.
Uma expectativa como resultado do seminário é de tornar o que foi apresentado um intrumento prático para o desenvolvimento susentável dessas cadeias nos próximos anos. Mesmo sendo líder nacional na produção de cacau e tendo destaque no cultivo de açaí, o Pará enfrenta desafios como o acesso à assistência técnica e a rastreabilidade dos produtos, fatores que ainda limitam o desenvolvimento pleno dessas atividades produtivas.