Redação Planeta Amazônia
A decisão do governo norte-americano de aplicar uma taxa de 50% sobre exportações brasileiras não deve provocar efeitos significativos na economia da Zona Franca de Manaus (ZFM). A avaliação é de técnicos da administração estadual, que apontam a baixa representatividade das exportações para os Estados Unidos no faturamento total do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), menos de 0,15% do faturamento da ZFM é direcionado ao mercado norte-americano. “O impacto, neste momento, é praticamente nulo”, afirmou o secretário Serafim Corrêa. Ele destacou que o Governo Federal trata o assunto com firmeza, mas para o Amazonas os efeitos diretos são mínimos.

Exportações tímidas
A Zona Franca exporta apenas 1,5% de sua produção total, e os Estados Unidos recebem menos de 10% desse montante. Em 2025, a participação americana nas compras de produtos da ZFM ficou atrás de países como Alemanha, China, Argentina e Colômbia.
A Sedecti aponta ainda que o mercado interno brasileiro é o principal destino dos produtos fabricados no PIM. Além disso, a balança comercial entre o Amazonas e os EUA favorece amplamente os norte-americanos: o estado importa quase 20 vezes mais do que exporta para aquele país.

Riscos cambiais e monitoramento
Apesar do impacto direto limitado, o Governo do Amazonas alerta para possíveis efeitos indiretos, como a desvalorização do real frente ao dólar. Segundo a Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz), esse cenário pode encarecer insumos importados e aumentar os custos de produção das indústrias locais.
A gestão estadual garante acompanhamento constante do cenário internacional e sinaliza que medidas de mitigação serão adotadas, se necessário.