Redação Planeta Amazônia
Durante o painel “Impacto do fogo no cenário de investimentos na Amazônia”, realizado nessa quinta-feira (17), em Belém (PA), especialistas alertaram para os riscos crescentes dos incêndios florestais em meio à emergência climática — não apenas para o meio ambiente, mas também para os investimentos na região. O evento integrou a programação da Semana do Clima da Amazônia e contou com apoio do Fundo Vale, Hydro, Fundação Walmart, Norad e organização do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM, apresentou dados que indicam que 30 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2024, representando um crescimento de 64% em relação à média histórica. Segundo a especialista, as mudanças climáticas tornam a floresta mais inflamável, mas o uso responsável do fogo é fundamental para mitigar os impactos.
“Na zona rural, o fogo é comum, mas precisa ser controlado. Não há equipes suficientes — bombeiros, exército, Ibama, ICMBio — para combater incêndios em um clima tão hostil”, alertou Ane.
Para Andrea Azevedo, vice-presidente da Emergent e representante da Coalizão LEAF, o cenário de descontrole compromete incentivos e compromissos climáticos. “Repetir os índices de 2024 significa perdas financeiras aos estados. A percepção de que combater o fogo traz retorno econômico e reputacional está crescendo”, avaliou.
Renata Nobre, secretária adjunta da Semas-PA (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade), destacou os esforços do Estado no programa Pará Sem Fogo, que mapeou 22 áreas prioritárias e fortaleceu a coordenação entre brigadas.
“Sem prevenção, anulamos todos os esforços de restauração ambiental. O fogo descontrolado compromete nosso programa de REDD e nossas metas climáticas”, afirmou.

Ações estratégicas incluem:
- Campanhas educativas sobre o uso consciente do fogo
- Capacitação de brigadistas com recursos e equipamentos estruturantes
- Respostas rápidas em áreas prioritárias por meio de articulação entre órgãos estaduais