Inpa conta com quatro INCTs aprovados para desenvolver pesquisas estratégicas e soluções para desafios da Amazônia

Redação Planeta Amazônia

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) aprovou quatro projetos na chamada mais recente do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). O resultado reafirma o Inpa como uma das principais instituições científicas do país, com atuação estratégica na pesquisa, formação de recursos humanos e inovação para os desafios enfrentados pela Amazônia.

Os INCTs são redes de pesquisa de excelência que visam fomentar estudos estratégicos e inovadores em áreas prioritárias para o desenvolvimento do Brasil, promovendo avanços científicos com impacto direto na sociedade. O Programa INCTs é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e operacionalizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Com as novas aprovações, o Inpa totaliza sete INCTs, fortalecendo sua atuação estratégica em áreas essenciais como biodiversidade, mudanças climáticas, manejo sustentável e conservação de ecossistemas. Juntos, os quatro projetos somam um financiamento de R$49,3 milhões. 

Os INCTs aprovados são o ATTO-Equilibrium, Rede de Paisagens Úmidas Brasileiras (INCT-Wetscape), Madeiras da Amazônia e o Adaptação da Biota Aquática da Amazônia (Adapta III). Os outros três projetos que já estão em execução são BioDossel – insetos na copa das árvores, Valor Ambiental da Amazônia (Valamb) e Biodiversidade Amazônica (Cenbam).

ATTO-Equilibrium

ATTO Tower Drone phone/foto: Acervo INPA

Coordenado pelo pesquisador Carlos Alberto Quesada, o projeto Observatório da Torre Alta da Amazônia – ATTO-Equilibrium – conectando sistemas simbióticos na Amazônia, um dos projetos aprovados pelo INCT, tem como objetivo ampliar a compreensão sobre como a floresta amazônica interage com a atmosfera, contribuindo para a redução de incertezas em previsões climáticas. 

“O ATTO é atualmente a mais sofisticada plataforma de pesquisa em florestas tropicais do planeta. Vamos investigar como os diferentes componentes do sistema terrestre, como solo, vegetação, atmosfera e microbiota, interagem com eventos extremos e influenciam a dinâmica do clima global”, explica Quesada.

A estrutura do projeto permitirá a coleta contínua de dados sobre troca de gases, emissão de compostos orgânicos voláteis, formação de nuvens e reciclagem de água, além de aprimorar modelos regionais e globais sobre a floresta tropical.

Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular – LEEM_Adapta/foto: Foto Cimone Barros -ASCOM INPA_Acervo

Rede de Paisagens Úmidas Brasileiras

Outro destaque entre os novos projetos é a Rede de Paisagens Úmidas Brasileiras (INCT Wetscape), liderada pelo pesquisador Jochen Schöngart, que atuará em diferentes biomas do Brasil com foco na conservação e no uso sustentável das áreas úmidas. A iniciativa reúne 76 pesquisadores de 26 instituições e pretende gerar conhecimento técnico e científico para subsidiar políticas públicas e estratégias de adaptação às mudanças climáticas.

“Nosso objetivo é analisar de forma integrada a resiliência dessas paisagens frente a estressores como eventos climáticos extremos, fogo, espécies invasoras e o aumento do nível do mar, entre outros. A missão do Wetscape é apoiar políticas públicas inclusivas e promover ações de conservação junto às populações tradicionais”, destaca Schöngart. 

A rede abrange paisagens umidas estratégicas no Brasil como o Interflúvio Negro-Branco, o Pantanal, o Araguaia, as áreas alagáveis da Amazônia Central, o Complexo Estuarino de Paranaguá e a Restinga de Jurubatiba e o Taim.

Além dessas novas propostas, foram renovados dois projetos já reconhecidos por sua excelência: o INCT Madeiras da Amazônia, coordenado por Niro Higuchi, e o Adapta, coordenado por Adalberto Val. 

Niro Higuchi_ZF-2-Manejo Florestal/foto: Paulo Vinicius_ASCOM INPA

INCT Madeiras da Amazônia

Com foco na sustentabilidade da indústria madeireira, o projeto de Higuchi investe no uso de tecnologia para otimizar o aproveitamento da madeira, reduzir desperdícios e gerar produtos com menor impacto ambiental. 

“Hoje, mais da metade de uma tora de árvore é desperdiçada. Nossa proposta é reverter esse quadro com o uso de sensores, drones e algoritmos para mapear e otimizar o manejo, além de desenvolver produtos sustentáveis a partir de resíduos florestais”, conta Higuchi. 

Entre os avanços mais recentes, estão iniciativas que reaproveitam madeiras naturalmente caídas ou de pequeno diâmetro em peças para construção civil, setor moveleiro e até painéis interativos que como o instalado no Bosque da Ciência.

Adaptação da Biota Aquática da Amazônia – Adapta III

Com foco na resposta da biodiversidade amazônica às mudanças climáticas, o Adapta III propõe uma investigação inédita sobre os impactos de cenários ambientais extremos projetados para o fim do século. Em salas experimentais que simulam condições previstas para 2100 — como aumento de temperatura, acidificação da água e baixos níveis de oxigênio — pesquisadores brasileiros, em parceria com grupos internacionais, buscam compreender como a biota aquática será afetada. 

“Trata-se de uma iniciativa única no mundo, voltada à ciência de fronteira, à conservação do bioma e à formação de uma nova geração de especialistas em clima e biodiversidade”, afirma Adalberto  Val.

Com informações Redação Inpa

By emprezaz

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