Redação Planeta Amazônia
Durante o mês de agosto, em meio ao céu límpido e ao ar seco do chamado “verão amazônico”, Rio Branco se transforma com a floração dos ipês. As árvores da família Bignoniaceae, que passam boa parte do ano discretas entre o verde urbano, agora exibem tons vibrantes de amarelo, rosa, roxo e branco, criando paisagens que têm encantado moradores e turistas.
A floração ocorre justamente no período mais quente e seco do ano, quando a escassez de água no solo leva a árvore a perder suas folhas e concentrar energia na produção de flores. O resultado é um espetáculo natural que dura poucas semanas, com pétalas formando verdadeiros tapetes coloridos pelas ruas e praças da cidade.
Nas redes sociais, os registros se multiplicam. Moradores compartilham fotos com legendas poéticas, enquanto escolas, órgãos públicos e instituições ajudam a divulgar esse fenômeno que reforça a identidade visual e afetiva da capital acreana.
Segundo a bióloga Marinara Lusvardi, os ipês pertencem aos gêneros Handroanthus e Tabebuia, e sua floração pode se estender até novembro. “Além da beleza, oferecem sombra, conforto térmico e atraem polinizadores como abelhas e beija-flores, tornando a cidade mais acolhedora”, explicou.
No Acre, cinco espécies se destacam: o ipê-rosa, o ipê-branco e três variações de ipê-amarelo. De acordo com a engenheira florestal Sônia Freitas, o viveiro do Horto Florestal cultiva mudas destinadas ao paisagismo urbano, sem distribuição ao público. “Cada espécie tem um sistema radicular diferente, o que deve ser considerado no plantio próximo a construções”, alertou.
A secretária municipal de Meio Ambiente, Flaviane Agustini Stedille, reforçou que os ipês são utilizados em ações de arborização urbana e recuperação de áreas de preservação permanente. “São árvores resistentes, adaptadas ao clima local e que valorizam a paisagem da cidade”, destacou.
Mais do que um fenômeno botânico, os ipês em flor representam um momento de conexão entre a cidade e seus habitantes. Famílias aproveitam para passear, artistas encontram inspiração e moradores param para contemplar — um gesto simples que renova o espírito em meio à rotina.
