Redação Planeta Amazônia
Produtores extrativistas da reserva extrativista Cajari, no Amapá, participaram de uma oficina promovida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), entre os dias 2 e 4 de setembro, com foco em práticas sustentáveis para o cultivo do açaí nativo. A atividade contou com apoio da Embrapa e do ICMBio, e teve como objetivo conciliar geração de renda com preservação ambiental.
Durante o curso, os participantes aprenderam técnicas como inventário florestal, reconhecimento de espécies, uso de drones e práticas de campo, incluindo corte seletivo, desbaste de touceiras e enriquecimento com novas mudas. A oficina também implantou uma Unidade de Referência Tecnológica (URT), parcela de 50 x 50 metros dentro da floresta, usada para coleta de dados e aplicação das técnicas de manejo.
“Os produtores aprenderam que é possível aumentar a produção de frutos por hectare sem desmatar ou degradar a floresta”, explicou Anderson Firmino, analista de pesquisa do IPAM.
Segundo Firmino, o manejo sustentável contribui para manter a floresta em pé, fortalecer a captura de carbono e regular o clima. A iniciativa também valorizou os saberes tradicionais das comunidades locais, promovendo equilíbrio entre produção e conservação.
Davi Gonzaga Balbino, presidente do Icaf e morador da reserva, destacou o impacto da formação:
“Conseguimos ver que é possível produzir, tirar uma renda da floresta e ainda conservar. Esse curso deixou um legado de conhecimento incrível para nós.”
Além das aulas teóricas e práticas, os participantes avaliaram os efeitos imediatos do manejo na URT e discutiram formas de replicar as técnicas em outras áreas da reserva. A ação reforça o uso múltiplo da floresta e a valorização do conhecimento local como pilares da conservação da Amazônia.