Redação Planeta Amazônia
Entre os dias 8 e 12 de setembro, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) realizou a oficina “Comunicação: juventude, território e sustentabilidade”, voltada ao fortalecimento de habilidades audiovisuais entre jovens das áreas rurais de Paragominas, Abaetetuba e Moju, no Pará. A atividade reuniu lideranças comunitárias, representantes de organizações locais e estudantes da Casa Familiar Rural.
A iniciativa integra o projeto Corredor da Sustentabilidade, que visa consolidar territórios amazônicos com inclusão social e desenvolvimento rural de baixas emissões. Durante a oficina, os participantes receberam treinamento em ferramentas digitais e estratégias de comunicação para promover o protagonismo juvenil e a valorização da agricultura familiar.
“Falar de capacitação e acesso ao conhecimento na era digital é um privilégio. Esse curso é essencial para nossa juventude rural”, destacou Antônio Moraes, da Comunidade Quilombola de Jambuaçu.
Além das bases teóricas, os jovens participaram de atividades práticas de edição de vídeo com aplicativos de celular. Cada grupo roteirizou, produziu e apresentou um vídeo curto sobre suas comunidades. “Aprendi muito mais sobre edição e agora posso comunicar melhor a realidade da minha comunidade”, contou Arthur Souza, da Comunidade Quilombola de Santana do Baixo.
A pesquisadora Graciela Froehlich, do IPAM, reforçou o papel da juventude na defesa da Amazônia: “Mais do que um projeto, isso é uma construção coletiva que valoriza conhecimento, produção e identidade amazônida.”
Desafios no campo
Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que o Brasil perdeu cerca de 4,3 milhões de moradores rurais nos últimos 12 anos. Entre os 1,9 milhão de migrantes do campo para a cidade entre 2011 e 2023, pelo menos 669 mil eram jovens. A busca por educação, emprego e infraestrutura urbana, aliada à falta de políticas públicas e assistência técnica, tem impulsionado esse êxodo rural.

