Startup da Amazônia cria curativo biodegradável com nanotecnologia e ativos da floresta

Redação Planeta Amazônia

Um curativo ultrafino, biodegradável e feito com ingredientes da floresta amazônica promete revolucionar o tratamento de feridas crônicas e complexas. A criação é da BioSpin, startup fundada em 2023 em Manaus (AM), que une nanotecnologia e bioativos da Amazônia para desenvolver produtos inovadores na área da saúde e dos cosméticos regenerativos.

“O que fizemos foi transformar conhecimento científico em um produto acessível, eficaz e com impacto direto na saúde das pessoas e no meio ambiente”, explica o sócio-fundador da BioSpin, Andrey Marcos Pinho da Silva.

O principal produto da empresa é um curativo bioativo que atua como uma pele artificial, ajudando na regeneração celular de feridas, como úlceras por pressão. Enquanto produtos similares podem custar até R$ 150, o curativo da BioSpin tem preço a partir de R$ 47,90. Além de mais acessível, ele é biodegradável e não precisa ser removido, o que evita dor e traumas na pele.

Com ação antimicrobiana e atóxica, o produto também possui um sistema de liberação controlada de ativos, que acelera o processo de cicatrização e melhora a recuperação das lesões.

A BioSpin aposta em uma cadeia produtiva sustentável. A startup compra insumos de cooperativas amazônicas, valoriza o uso de óleos e resinas naturais e reduz o uso de materiais sintéticos tanto na saúde quanto na cosmética.

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De projeto acadêmico a negócio de impacto

A trajetória da BioSpin ganhou força com o apoio de programas de fomento à inovação. A empresa foi selecionada para o Sinapse Bio (2024) e o Sinergia (2025), promovidos pela Jornada Amazônia, plataforma que apoia negócios de impacto na região.

Com o Sinapse Bio, a startup recebeu aporte financeiro e mentorias que ajudaram a estruturar o negócio. Já o Sinergia auxiliou na expansão e na consolidação do modelo de impacto. Durante essa fase, a BioSpin participou do Bioeconomy Summit (BAS), firmou parcerias estratégicas e passou a integrar o portfólio da ABV, venture dedicada a negócios inovadores da Amazônia.

A empresa também lançou uma linha de dermocosméticos regenerativos, incluindo um sérum com ativos nanoencapsulados, desenvolvido inteiramente em Manaus. “Usamos a infraestrutura dos institutos locais e conseguimos apoiar outros empreendedores no desenvolvimento de formulações nanotecnológicas”, explica Andrey.

Planos de expansão

Agora, a BioSpin se prepara para crescer. A startup está em fase de captação de R$ 5 milhões para ampliar a produção, realizar ensaios clínicos e fortalecer parcerias com comunidades amazônicas. Entre as próximas novidades estão máscaras regenerativas com bioativos da floresta e a criação de um laboratório-piloto em Manaus, que deve acelerar pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos.

“Nosso desafio agora é escalar com responsabilidade”, afirma Andrey. “Queremos consolidar parcerias com a indústria da saúde e dos cosméticos, sem perder o compromisso com o bioma e com as comunidades locais.”

A ideia da BioSpin nasceu no ambiente acadêmico e teve um propósito claro desde o início: usar ciência de ponta para resolver problemas reais. “Queríamos algo que valorizasse o saber tradicional e os ativos da floresta, com rigor científico e padrão tecnológico internacional”, completa o fundador.

By emprezaz

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