Redação Planeta Amazônia
A Rede Conexão Povos da Floresta alcançou, nessa quarta-feira (22), a marca de 2 mil comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas conectadas em toda a Amazônia Legal. A iniciativa reúne mais de 50 organizações e é liderada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS). Ao todo, mais de 160 mil pessoas já foram beneficiadas.
O marco foi alcançado com a instalação de um kit de conectividade na comunidade Piquiazal, localizada no Assentamento Extrativista Piquiazal, em Mazagão (AP). Além do acesso à internet, o projeto fortalece áreas como saúde, educação e proteção territorial.
“A chegada do projeto é um marco importante na nossa comunidade, porque agora podemos melhorar o atendimento de saúde e trabalhar com eletrocardiograma e telemedicina, o que antes não era possível sem internet”, afirmou Suzan Rayra, moradora e diretora da unidade de saúde local.

Rede construída a muitas mãos
A Rede Conexão Povos da Floresta é fruto da cooperação entre organizações da sociedade civil, instituições, fundações e empresas. O objetivo é conectar mais de 1 milhão de pessoas em 9,5 mil comunidades da Amazônia Legal. Além de promover o acesso à internet, a rede estimula a inclusão digital, o fortalecimento comunitário e o protagonismo dos povos da floresta.
“Conectar os povos da floresta é fortalecer quem mais protege a Amazônia”, destacou Toya Manchineri, coordenador-geral da COIAB. “Essas comunidades conservam mais de 120 milhões de hectares de floresta, e a conectividade amplia o acesso a direitos e oportunidades.”
Para José Carlos Galiza, liderança da CONAQ, a expansão da rede representa a consolidação de uma aliança histórica entre povos tradicionais. “A Rede Conexão tem criado pontes entre territórios e organizações, gerando formação, empreendedorismo e união entre os guardiões da floresta”, afirmou.
O secretário do CNS, Joaquim Belo, ressaltou que a conectividade fortalece a defesa dos territórios. “Cada nova comunidade conectada é também um território mais protegido e com maior acesso a políticas públicas e direitos.”

Conectividade significativa
A Rede atua com base em três pilares: infraestrutura de conectividade e energia, gestão comunitária das redes e inclusão digital. Nessa última frente, o projeto oferece ações voltadas a saúde, educação, empreendedorismo, cultura, proteção territorial e protagonismo feminino.
Entre as iniciativas, está o programa de telessaúde, que viabiliza consultas médicas online, e o curso Sabedoria Digital, que capacita facilitadores locais para o uso seguro e consciente da tecnologia.