Oficina no Banzeiro da Esperança fortalece comunicação comunitária em combate à desinformação climática na Amazônia

Redação Planeta Amazônia


A oficina “Vozes da Floresta: Do Diagnóstico à Ação Digital” reuniu lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas, jovens comunicadores e representantes de organizações da sociedade civil em uma atividade que marcou a programação do Banzeiro da Esperança em Belém, durante a COP 30. O encontro, realizado no dia 14 de novembro, foi promovido pela Rede de Parceiros pela Integridade da Informação sobre Mudança do Clima (RPIIC), conduzida pelo Instituto Democracia em Xeque (DX) e Purpose, com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) como anfitriã.

A atividade integrou a Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre Mudanças no Clima, que reúne mais de 130 organizações dedicadas ao enfrentamento da desinformação e ao acesso à informação qualificada. Com participantes de diferentes níveis de inclusão digital, a oficina buscou fortalecer a capacidade de identificar, checar e produzir conteúdos confiáveis sobre clima e meio ambiente, tema sensível em uma região marcada por desertos de informação e circulação de fake news.

A FAS destacou o papel estratégico da comunicação comunitária. Para a supervisora de Comunicação, Roberta Anjos, o protagonismo amazônico sobre suas narrativas é essencial. “Fortalecer a comunicação comunitária é tão importante quanto implementar projetos em campo. A Amazônia precisa ter voz, e iniciativas como essa oficina garantem que as comunidades sejam ouvidas e respeitadas”, afirmou.

A programação foi dividida em três momentos: diagnóstico, ferramentas e criação comunitária. No primeiro, os participantes mapearam como consomem notícias e identificaram casos reais de desinformação em seus territórios. Conceitos como desertos de notícias, vácuos de informação e os impactos diretos das fake news no cotidiano foram apresentados pelos facilitadores.

foto: Divulgação

Na segunda etapa, o grupo aprendeu técnicas acessíveis de verificação, desde perguntas-chave para avaliar correntes de WhatsApp até o uso de ferramentas como Talkwalker, Google Notícias e busca reversa de imagens. A etapa final, conduzida pela Purpose, orientou lideranças e comunicadores a transformar vivências da floresta em conteúdos positivos e engajadores.

Entre os relatos, a influenciadora Fabiola Alves, da Comunidade Santa Luzia do Baré, destacou a importância de compreender e evitar a disseminação de informações falsas. Segundo ela, o aprendizado será levado para o cotidiano comunitário, especialmente no apoio a pessoas com menor familiaridade digital. Fabiola também avaliou como inspiradora a etapa de criação de conteúdo, marcada pela troca de experiências entre participantes de diferentes territórios.

Para os organizadores, a oficina reforçou o papel das histórias e saberes dos territórios como ferramentas fundamentais para a defesa da floresta, o fortalecimento democrático e o combate à desinformação climática. João Guilherme, diretor do Instituto Democracia em Xeque, avaliou a atividade como uma experiência potente de troca e imersão, favorecida pelo ambiente do Banzeiro da Esperança. “A convivência no barco cria uma abertura diferente para o tema. Foi uma troca real, com pessoas que já vinham refletindo sobre isso ao longo da jornada”, afirmou.

O Banzeiro da Esperança é uma articulação interinstitucional que mobiliza a sociedade para a COP 30, com uma programação cultural, ambiental e formativa. O projeto é apresentado pela Lei de Incentivo à Cultura e Sabesp, com realização da FAS, Virada Sustentável e Ministério da Cultura, além de contar com patrocínios e parcerias de diversas instituições, movimentos indígenas e quilombolas, organizações comunitárias e apoiadores privados.


By emprezaz

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