Redação Planeta Amazônia
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Vale e o Fundo Vale, lançou a cartilha “O Olhar da Floresta – Monitoramento socioambiental e protagonismo das comunidades no combate à pobreza extrema da Reserva Extrativista do Rio Gregório”. A publicação sistematiza a experiência de monitoramento socioambiental participativo e reforça o papel das populações tradicionais na gestão territorial, no enfrentamento à pobreza extrema e na construção de soluções de justiça climática na Amazônia. O material está disponível no site da FAS.
Situada em uma região marcada por longas distâncias, desafios geográficos e pouca infraestrutura, a Resex Rio Gregório reúne questões centrais dos debates sobre redução de desigualdades e fortalecimento de comunidades tradicionais. Durante dois anos e meio, o projeto atuou para reduzir a extrema pobreza com ações de acompanhamento familiar multidimensional, ampliação do acesso a serviços básicos e fortalecimento socioambiental. As iniciativas envolveram renda, segurança alimentar, organização comunitária e gestão do território.

Elaborada de forma participativa entre moradores da Resex e a equipe técnica da FAS, a cartilha apresenta, em linguagem acessível, reflexões sobre Amazônia, clima, modos de vida e o papel do monitoramento socioambiental como ferramenta essencial de cuidado com o território.
O material convida as comunidades a compreender o conceito de monitoramento socioambiental, atuar como protagonistas, revisitar saberes tradicionais e se inspirar em boas práticas ligadas ao bem viver e à conservação da floresta.
Um dos pilares do projeto foi a formação de seis jovens monitores socioambientais da própria Resex. Capacitados para acompanhar o território, validar informações ambientais, realizar visitas às comunidades e apoiar oficinas, eles tiveram seu trabalho registrado na publicação, que valoriza o olhar da juventude da floresta e sua importância para decisões comunitárias e políticas públicas de desenvolvimento sustentável.
“O enfrentamento da extrema pobreza na Amazônia exige olhar atento para as famílias e para o território. A experiência na Resex Rio Gregório mostra que, quando fortalecemos o protagonismo comunitário e o monitoramento socioambiental, avançamos na garantia de direitos e na conservação da floresta”, afirmou Silvio Rocha, coordenador de projetos da FAS.

Com ilustrações, mapas, relatos e orientações práticas, a cartilha apresenta ainda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), informações sobre direitos e participação social, glossário de termos relevantes e um mapa especial da Resex, desenvolvido para apoiar atividades formativas.
Para Andressa Lopes, líder do componente de monitoramento socioambiental, o material é também um convite ao engajamento. “A cartilha mostra que monitorar o território não é algo distante ou apenas técnico. Faz parte do nosso modo de viver, observar a floresta, cuidar dos rios e decidir juntos os caminhos da comunidade. Quando as pessoas se reconhecem como protagonistas, o combate à pobreza extrema se fortalece”, destacou.
A publicação será distribuída às comunidades da unidade de conservação e disponibilizada digitalmente para parceiros, gestores públicos, pesquisadores e interessados em políticas de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

