Redação Planeta Amazônia
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) concluiu no último domingo (14) as ações da 4ª campanha do Programa de Monitoramento e Conservação das Ariranhas (Pró-Ariranha), realizada na região sul do Parque Estadual do Cantão (PEC) e áreas do entorno, no município de Pium. As atividades tiveram início na terça-feira (9) e resultaram no registro de 31 ariranhas, distribuídas em sete grupos familiares e um indivíduo solitário.
O levantamento reforça a importância do Parque Estadual do Cantão como área estratégica para a conservação da espécie no Tocantins. Considerada ameaçada de extinção, a ariranha é monitorada de forma sistemática pelo programa, instituído pela Portaria/Naturatins nº 70/2022, com foco no acompanhamento da ocorrência da espécie e no subsídio a ações de conservação e manejo.

Durante o período de monitoramento, as equipes realizaram deslocamentos terrestres e fluviais pelos rios Javaés, Javaezinho, Araguaia e Riozinho, além de canais e lagos localizados no interior e entorno das Unidades de Conservação e do Parque Nacional do Araguaia. Ao todo, foram percorridos cerca de 430 quilômetros por rios e lagos da região.
As ações incluíram observação direta das margens, bancos de areia e barrancos, busca ativa por grupos de ariranhas, registros de vocalizações, rastros, material biológico e identificação de tocas. Também foram coletados dados ambientais, como nível da água, condições climáticas e presença de outras espécies associadas aos ambientes aquáticos.
A campanha contou ainda com registro fotográfico, mapeamento dos pontos de ocorrência e identificação de áreas estratégicas para o acompanhamento contínuo da espécie. Houve também interação com ribeirinhos, que contribuíram com informações sobre avistamentos recentes e compartilharam percepções sobre a fauna aquática local.


Segundo a inspetora de Recursos Naturais, Aline Vilarinho, a campanha apresentou resultados expressivos. Ela destacou que esta foi a última ação de campo do programa em 2025 e que o registro de grupos familiares, tocas ativas e a coleta de material biológico tornaram o trabalho de campo bastante produtivo.
A coordenadora do Pró-Ariranha, a bióloga Samara Almeida, avaliou positivamente os resultados da quarta campanha. De acordo com ela, mesmo com os dados ainda em fase de análise, a expectativa é incorporar pelo menos dez novos indivíduos ao catálogo anual. A coordenadora também ressaltou a coleta de amostras biológicas, microbiológicas e genéticas, além do cumprimento integral do planejamento previsto para a ação.

