Redação Planeta Amazônia
O projeto Urbanos da Amazônia: floresta em pé e periferia voando, realizado pela Associação Intercultural de Hip Hop Urbanos da Amazônia (AIHHUAM), encerra 2025 com metas cumpridas e anuncia novas ações que devem fortalecer o ecossistema criativo de Manaus em 2026. A iniciativa é financiada pelo Instituto Nubank e pelo Grupo WEG, por meio da Lei Rouanet, com apoio do Impact Hub Manaus.
Após um ano marcado por mobilização territorial, fortalecimento de redes e qualificação cultural, o projeto avança para duas ações estratégicas: um Hackathon de 43 horas e o Fórum de Negócios da Periferia. As atividades buscam impulsionar a economia criativa, ampliar oportunidades para artistas e empreendedores periféricos e consolidar a articulação entre cultura, inovação e desenvolvimento local.
O Hackathon, com data e local ainda a serem divulgados, reunirá 15 equipes com dez participantes cada, totalizando ao menos 150 pessoas. Durante 43 horas ininterruptas, os participantes deverão desenvolver soluções e modelos de negócio alinhados à economia criativa e ao impacto social. Quatro equipes serão premiadas com valores em dinheiro e horas de consultoria em Gestão de Projetos Culturais. O primeiro lugar receberá R$ 15 mil; o segundo, R$ 10 mil; o terceiro, R$ 5 mil; e o quarto terá acesso a 126 horas de consultoria especializada.
O evento contará ainda com a participação de 20 mentores das áreas de produção cultural, captação de recursos, assessoria jurídica e contábil, ESG, mercado digital, empreendedorismo e impacto social, garantindo suporte técnico aos projetos desenvolvidos.
Já o Fórum de Negócios da Periferia está previsto para os dias 21 e 22 de março, em local a ser definido, com entrada gratuita. O encontro deve reunir empreendedores, artistas, coletivos, empresas e financiadores para debater e fortalecer a economia criativa em Manaus. As contribuições do público serão incorporadas à Jornada de Formação do Urbanos da Amazônia, ampliando o impacto do projeto nos territórios periféricos e aproximando artistas de possíveis parceiros e financiadores.
Segundo a vice-presidente da AIHHUAM, Mel Angeoles, a iniciativa busca oferecer suporte técnico e ampliar horizontes profissionais. “A Trilha Urbanos da Amazônia oferece base técnica e teórica para que artistas já potentes possam fortalecer suas carreiras, com conteúdos que vão da criação de portfólio à gestão de recursos. Estamos injetando mais de cinco milhões de reais na economia de Manaus, com recursos captados fora da cidade e que retornam diretamente para fortalecer a cena cultural local”, afirma.
O desempenho de 2025 foi decisivo para a consolidação do projeto. Entre janeiro e março, a equipe concentrou esforços na estruturação interna, organização administrativa e definição de processos de gestão. De abril a junho, teve início a pré-produção, com contratação da equipe técnica, lançamento da identidade visual, elaboração dos materiais pedagógicos e publicação do edital da Trilha Formativa, apresentado em evento no Impact Hub Manaus. A etapa registrou mais de mil inscrições.
Entre julho e setembro, a Trilha Formativa recebeu 1.123 inscrições e selecionou 150 participantes de diferentes bairros e comunidades da capital, assegurando diversidade racial, de gênero, territorial e de acessibilidade. As aulas abordaram desenvolvimento pessoal, carreiras artísticas, marketing cultural, comunicação e gestão, além de atividades voltadas à escuta ativa e ao reconhecimento dos participantes como agentes culturais.
Nesse período, também foi elaborado um mapeamento territorial para identificar a origem dos participantes, contribuindo para a compreensão das dinâmicas locais. O projeto realizou ainda o workshop Resiliência Comunitária Climática e Ativismo Cultural, na Escola Estadual Antônio Nunes Jimenez e no Festival Grito Rua, ampliando o diálogo com estudantes e comunidades.
Com avaliação contínua das metas e análise das demandas dos participantes, o Urbanos da Amazônia segue em atividade e reforça seu compromisso com inovação, formação e desenvolvimento cultural. Para Mel Angeoles, o projeto foi concebido como um ciclo completo. “É uma iniciativa criada por artistas da periferia para artistas da periferia, baseada em processos colaborativos e de escuta. Os workshops em parceria com a Seduc levam cultura para escolas estaduais e ampliam as possibilidades de futuro para a juventude de Manaus”, destaca.
Sobre a AIHHUAM
Fundada em 2013, a Associação Intercultural de Hip Hop Urbanos da Amazônia atua na promoção da cultura urbana como instrumento de transformação social, econômica e ambiental na região, com formações presenciais e online que integram arte, música e conhecimento sobre as realidades das comunidades amazônicas.
