Redação Planeta Amazônia
Os grupos de trabalho (GTs) da equipe de transição entregaram, na tarde dessa terça-feira, (11), os relatórios finais ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os documentos são referentes a cada área temática e serão ainda consolidados em único relatório geral, que deve ser concluído por volta do dia 20 de dezembro.
A comissão de meio ambiente propõe meios de combate aos crimes na Amazonia. Uma das ideias é a implantação de câmara em pontos estratégicos de rios da Amazônia, que teriam o objetivo de monitorar e fiscalização embarcações suspeitas de crimes ambientais, pescadores ilegais e invasores de terras, além de outros crimes praticados na região que utilizam os rios como rotas criminosas.
Os rios não são o único objetivo da medida do governo transitório, as estradas também fazem parte da rede de monitoramento por serem meios de práticas ilegais, e com as câmeras instaladas facilitará a identificação de caminhões que transportam madeira ilegal.
O delegado da Policia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, explica que a medida vai ser fundamental para o combate de crimes ambientais, além de ser um meio mais barato. “O preço não é absurdo. Temos a internet, que pode nos transmitir as imagens em tempo real. A gente conseguiria, de um centro de controle em Manaus, verificar esses barcos”, disse o delegado.
Ele acrescenta que os crimes cometidos na Amazônia apresentam um padrão de ligação, onde todos estão interligados a ilegalidade. “Se pensarmos em Amazônia, hoje, nós temos uma ‘holding’ criminosa. O cara da madeira está no tráfico de drogas, o cara do tráfico de drogas está no garimpo, na pesca ilegal. Chama-se convergência criminosa”, finaliza Saraiva.
À medida que visa a reforçar a fiscalização e reduzir o desmatamento na Amazônia deverá fazer parte das ações dos primeiros dias de governo de Lula, que deve revogar pelo menos 25 decretos editados por Bolsonaro, no total, 120 regulamentações devem ser anuladas. Está prevista ainda a criação de uma Guarda Nacional Ambiental, formada por policiais civis e militares cedidos pelos estados, e a retomada do Fundo Amazônia, que capta investimentos, inclusive de governos estrangeiros, para financiar projetos ambientais.