Redação Planeta Amazônia
Um encontro aberto ao público e que também vai ouvir cientistas, gestores públicos e representantes de povos e comunidades tradicionais vai discutir, no próximo dia 13 de março, soluções para a degradação das florestas na Amazônia. O evento será realizado no campus de pesquisa do Museu Emílio Goeldi, em Belém (PA).
A iniciativa é uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM); Embrapa Amazônia Oriental; Governo do Estado do Pará; Museu Paraense Emílio Goeldi; Universidade de Lancaster (Reino Unido); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe); Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Woodwell Climate Research Center, que é uma organização internacional criada para colocar as percepções da ciência climática nas mãos dos tomadores de decisões globais.
O evento quer ampliar o conhecimento da sociedade sobre a degradação florestal como um problema sistêmico, compartilhar experiências bem sucedidas e ainda, buscar soluções conjuntas com o poder público, povos e comunidades tradicionais, ciência e segmento produtivo.
O fogo, a extração ilegal de madeira e o efeito de borda da agricultura, causados pela ação humana, estão entre as principais causas de degradação da floresta. Esses fatores já comprometem mais de um terço (38%) de toda a cobertura florestal que ainda resta na Amazônia. Diferente do desmatamento, onde a vegetação é suprimida e a floresta deixa de existir, na degradação, a vegetação permanece, mas em diferentes estágios de degeneração, com perda de biodiversidade e impacto negativo na provisão dos serviços ambientais.
A pesquisadora e diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar afirma: “ Muito se fala sobre o desmatamento da Amazônia, mas existe um processo de degradação lento e sorrateiro que tem afetado a qualidade das florestas da região e seus serviços”. Segundo ela, os incêndios são os principais responsáveis da degradação florestal. “Com a redução do fogo na paisagem haverá, consequentemente, uma diminuição na degradação”, explica. Além dos impactos sobre o clima, como a emissão de gases de efeito estufa, e o comprometimento dos serviços ambientais prestados pela floresta, a degradação tem efeitos negativos na economia e na qualidade de vida das populações amazônicas.