Redação Planeta Amazônia
Também conhecida como arte ecológica ou verde, a arte sustentável é uma forma de expressão artística que busca promover a consciência ecológica, a sustentabilidade ambiental e o uso responsável dos recursos naturais. De forma mais ampla, o estilo reflete a preocupação dos artistas com questões ambientais e sociais, buscando conscientizar o público sobre os problemas e desafios enfrentados pela natureza, que são causados pela sociedade, que deve, por sua vez, refletir sobre seu próprio papel na conservação do meio ambiente e como pode adotar práticas mais sustentáveis em suas vidas.
“A arte sustentável desafia a concepção tradicional artística como um objeto único e duradouro, pois, muitas vezes, suas obras são efêmeras, temporárias e integradas ao ambiente natural”, comenta Marisa Melo, curadora artística e fundadora da UP Time Art Gallery, galeria itinerante que busca divulgar o que há de melhor no cenário de arte contemporânea. É importante lembrar que a arte sustentável não se limita apenas a uma estética específica, mas sim, ao conceito e ao propósito por trás da obra. “Ela pode abranger diferentes estilos e técnicas, desde que a mensagem central seja a promoção da sustentabilidade e a conexão com o meio ambiente”, completa.
“Existem várias maneiras pelas quais a arte sustentável pode ser expressa, como, por exemplo, materiais reciclados, no qual os artistas podem criar obras utilizando materiais descartáveis e/ou objetos reutilizados; arte de natureza, que envolve a criação de obras ligadas diretamente aos elementos naturais, como, pedras, galhos, folhas e flores; e a arte de intervenção, ou seja, intervenções artísticas em espaços urbanos ou naturais, criando esculturas temporárias ou murais que ressaltam questões ambientais”, explica a curadora. Ainda de acordo com Marisa, existem outros dois tipos, que são a arte ativista, na qual os artistas podem levantar questões e protestar contra a degradação do meio ambiente e outras questões relacionadas à sustentabilidade, e a arte educacional, que busca sensibilizar e educar o público, trazendo informações e conhecimentos sobre a importância da proteção ambiental.
Olafur Eliasson, artista dinamarquês-islandês, que cria instalações e esculturas que exploram a relação entre o ser humano e o ambiente, e Agnes Denes, artista húngara-americana, pioneira da arte ambiental e da land art, são nomes de referência nesse universo. Eliasson utiliza materiais sustentáveis e tecnologias eco-friendly em suas obras, e, muitas vezes, incorpora elementos naturais em seus projetos para destacar a importância da preservação da natureza. Já Agnes criava instalações monumentais em paisagens naturais, usando elementos sustentáveis e orgânicos. Seu trabalho, muitas vezes, aborda temas como a relação entre o homem e a natureza, questões ecológicas e a sustentabilidade da terra. “Esses e vários outros artistas têm contribuído significativamente para o movimento da arte sustentável, usando suas habilidades criativas para sensibilizar o público sobre a importância da preservação ambiental, de reciclar materiais e reduzir o desperdício, além de representar visualmente os problemas ambientais para inspirar a ação”, acrescenta.
Em suma, a convergência da arte e da sustentabilidade não apenas alimenta a conscientização, mas também inspira uma mudança positiva em atitudes e comportamentos, desempenhando um papel vital na construção de um mundo mais consciente, equitativo e ambientalmente responsável. “A arte é capaz de transcender barreiras linguísticas e culturais, alcançando um público vasto e diversificado. Por meio de diferentes formas de expressão, os artistas impactam sobre questões ambientais urgentes, ao retratarem não somente a beleza da natureza, como, também, as consequências das ações humanas prejudiciais, estimulando a empatia e a conexão emocional com o meio ambiente”, finaliza a curadora.