Redação Planeta Amazônia
A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) reuniu-se com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nessa quinta-feira, 10, em Palmas (TO), buscando fortalecer as atividades da Brigada Voluntária Feminina Xerente na prevenção e combate ao fogo e ampliar a fiscalização ambiental em territórios indígenas.
“Os povos indígenas e quilombolas precisam dessa proteção territorial. Precisamos, cada vez mais, ter agentes e brigadas indígenas que entendem do território. Fazer essa articulação é um passo inicial para que possamos integrar e construir uma rede de proteção dos territórios indígenas”, disse a secretária dos Povos Originários e Tradicionais, Narubia Silva Werreria.
A proteção aos territórios engloba o conhecimento indígena, como o da Brigada Feminina Xerente atuando nos combates aos incêndios florestais e também com educação ambiental. Na reunião, a Sepot buscou a remuneração dessas mulheres, promoção de mais capacitações para elas com ampliação para outras etnias e aquisição de equipamentos. “Queremos garantir que essas mulheres sejam remuneradas pelo seu trabalho e que a gente possa também capacitar outras mulheres de outros territórios na formação de mais brigadas, tanto indígenas quanto quilombolas”, frisou a Secretária.
A expectativa do Ibama é ampliar as brigadas indígenas no Tocantins e no Brasil, com a formação também das brigadas femininas. “Neste ano, estamos tendo esse projeto piloto, no Tocantins, com a Brigada Xerente. O resultado alcançado respaldará os estudos para avançarmos em outros estados. Pretendemos avançar na educação ambiental, conscientização e sensibilização para proteção do território na prevenção aos grandes incêndios”, informou a chefe do Núcleo de Emergências Ambientais e Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibama no Tocantins, Danielle Dias Danaga. Antes com atuação voluntária, atualmente há sete brigadistas xerente remuneradas, comunicou.
“Receberemos o encaminhamento para enviar à nossa diretoria ligada ao Prevfogo, em Brasília, e faremos uma justificativa através do nosso núcleo para unir nessa documentação para ver se, no próximo ano, conseguiremos atender à demanda, como aquisição de equipamentos e contratação de novas brigadas”, garantiu o superintendente substituto do Ibama no Tocantins, Maurício Rodrigues da Costa Sobrinho.
Denúncias
A proteção dos territórios contra a pesca predatória e retirada ilegal de madeira, por exemplo, está entre as demandas da Sepot a partir de relatos dos povos indígenas. Entre os canais de denúncias, está o Fala.BR, plataforma integrada de ouvidoria do Governo Federal. “As demandas são repassadas para a fiscalização e, dentro do nosso cronograma de fiscalização anual, são inseridas e atendidas”, esclareceu o superintendente.
A Secretaria sugeriu e se colocou à disposição para articular ações conjuntas de educação ambiental com tradução para as línguas indígenas dos povos do Tocantins.