Da redação do Planeta Amazônia
Este é um período na Amazônia em que as queimadas já deveriam ter cessado. Mas este ano tem sido diferente. Dados de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registraram 3.332 focos de calor entre os dias 1º e 16 de novembro no Amazonas, no Acre e em Rondônia. O aumento foi de 1.216% em relação ao mesmo período em 2021, quando foram 253 incêndios nos três estados.
A reportagem da Folha de São Paulo fez o levantamento das informações. Sobre o aumento expressivo das queimadas, os governos de Rondônia e Amazonas, os ministérios da Justiça e do Meio Ambiente e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não responderam.
O presidente do Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), Nelson Sales, disse que novembro tem sido atípico em 2022. “O período de seca no sul da Amazônia se prolongou. Nos municípios do Acre choveu menos de um quarto do esperado para todo o mês. A estiagem fora de época proporcionou o aumento dos focos de queimadas, usadas culturalmente para limpeza das áreas rurais.”
O governo combate os ilícitos ambientais, segundo Sales, com mais de R$ 13 milhões em multas aplicadas até outubro e apreensões de madeira e caminhões. “O estado faz orientação técnica para o produtor rural de forma a levar ao homem do campo técnicas de cultivo e criação que diminuam o impacto e promovam o uso racional de nossos recursos”, afirmou o presidente do Imac.
O Pará segue na liderança de queimadas na Amazônia, com 2.968 focos na primeira metade de novembro, mas houve queda em relação ao outubro e números bem mais expressivos em outros anos.
(Foto/Sandro Pereira/FotoArena/AE)