Ateliê 23 apresenta Amazonas como referência nacional em produções teatrais

Redação Planeta Amazônia

Responsável por tornar o Amazonas uma referência nacional em produções teatrais, neste ano, o Ateliê 23 levou os espetáculos “Cabaré Chinelo”, “Sebastião” e “Da Silva” para circulação pelo Brasil. No total, o grupo passou pelas cinco regiões, sete estados e 12 cidades.

Em 2024, a companhia amazonense participou de quatro festivais, fez 70 apresentações, subiu ao palco de 16 teatros e levou aproximadamente 13 mil pessoas para as plateias, além de contar com 94 profissionais diretamente envolvidos nos projetos.

“Tem uma revolução acontecendo no teatro feito em Manaus. Há pouco tempo atrás, não seria possível vislumbrarmos a manutenção de temporadas com venda de ingressos e todos esgotados. O alcance fora de Manaus, os convites para os grandes festivais internacionais que o Brasil comporta, isso tudo é um trabalho continuado que o Ateliê 23 vem desenvolvendo ao longo de 11 anos e que refletem esses números brilhantes”, afirma Taciano Soares, diretor da companhia.

“O nosso desejo é que mais coletivos alcancem estabilidade e condições de trabalho para que Manaus se fortaleça como um polo de consumo em teatro. A população merece! Quando olho para esse cenário, penso nos meus alunos de graduação em Teatro da Universidade Estadual do Amazonas e imagino que também estamos construindo espaços de trabalho para eles”, completa o artista.

A peça Helena, que ficou em cartaz de maio a agosto no Teatro da Instalação, conta a trajetória da filha do cantor Cauby Peixoto/foto: Hamyle Nobre

“Cabaré Chinelo” e “Sebastião”, com ingressos esgotados em todas as sessões desde a estreia, tratam de histórias reais, vividas em Manaus, com temas contemporâneos e provocadores. “Da Silva” apresenta três linguagens, dança, teatro e música em números individuais para falar de superação, para falar das famílias brasileiras.

O Ateliê 23 iniciou a circulação da montagem “Da Silva” em fevereiro e, com duas sessões gratuitas, passou por Itacoatiara, Manacapuru, Recife, Caruaru, Belo Horizonte, Ouro Preto e Manaus. A programação contou com oficina de danças urbanas com Lore Cavalcanti.

“Percebemos que, neste ano, o ‘Cabaré Chinelo’ levou um público novo ao teatro e um número significativo que assiste ao espetáculo pela primeira vez. Sempre fazemos essa pergunta no fim das apresentações e a quantidade de pessoas que levanta a mão é sempre muito grande”, comenta Eric Lima.

Cabaré Chinelo

Indicado no 34° Prêmio Shell de Teatro, pela categoria “Energia que Vem da Gente”, repaginada e de integrante nova no elenco, o “Cabaré Chinelo” fez do Teatro Gebes Medeiros a sua casa nos meses de fevereiro, março, junho, setembro e dezembro e esteve no Teatro Amazonas em março.

Em março, o espetáculo voltou ao Teatro B32, para apresentação única em São Paulo; e, em abril, representou o Amazonas no Festival de Curitiba, com ingressos esgotados no Teatro Zé Maria.

Sucesso também em Fortaleza, no mês de agosto, durante a abertura do Festival Noites Brasileiras, no Theatro José de Alencar. Em Manaus, a peça lotou o Teatro Icbeu em outubro, na abertura da 18ª edição do Festival de Teatro da Amazônia (FTA).

Em Sebastião, as personagens, em 90 minutos, performam, cantam e compartilham experiências como homens gays/foto: Nathy Lima

Sebastião

Único grupo da região norte no Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília, o Ateliê 23 foi convidado para participar do evento antes da estreia de “Sebastião”. No foco das curadorias de grandes festivais, foram três apresentações na 25ª edição do Cena Contemporânea, com duas sessões no Teatro dos Bancários e mais uma no Teatro Sesc Newton Rossi de Ceilândia.

Com direção de Taciano Soares e Eric Lima, a produção traz para cena as personagens Sebastiane, Lady Sinty, Little Drag, Vênus, Angel, Carmencita e Chica, que, em 90 minutos, performam, cantam e compartilham experiências como homens gays. Tudo acontece dentro do Bar da Patrícia, no período da ditadura militar, e as memórias da década de 70, inspiradas no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, misturam-se a histórias reais.

a peça Sebastião é ambientada no bar da Patrícia, no período da Ditadura Militar/foto: Nathy Lima

Novas versões

A retrospectiva traz ainda a nova versão de “Helena”, o melhor espetáculo do Festival de Teatro da Amazônia 2024, na categoria adulto. A peça, que ficou em cartaz de maio a agosto no Teatro da Instalação, conta a trajetória da filha do cantor Cauby Peixoto, mãe de dois filhos e professora que formou muitos jovens no bairro Redenção.

Com o Teatro Amazonas lotado até o teto no mês de outubro, a companhia amazonense mostrou como Helena superou todas as dificuldades do destino com muita determinação. Em cena, durante uma hora, o público conheceu momentos desde a infância da protagonista até a morte do segundo marido, de quem cuidou durante sete anos.

A montagem “Ensaio de Despedida” fechou o ciclo após sete anos de apresentações, com curta temporada no Teatro Gebes Medeiros/foto: Allícia Castro

Já a montagem “Ensaio de Despedida” fechou o ciclo após sete anos de apresentações, com curta temporada no Teatro Gebes Medeiros. O enredo mostra um casal, que, ao lidar com a separação, revive as várias fases do relacionamento em um jogo de atuação.

A peça teve versões em 2017, com Thaís Vasconcelos, em 2019, com Jorge Florêncio, e em 2022, com Julia Kahane. Taciano Soares foi o único ator que esteve em todas as adaptações e, no último ano, dividiu o sofá com Eric Lima.

Trilha sonora

O ano também foi de lançamentos importantes e números expressivos para o coletivo no segmento da música. Em abril, foi a vez de subir ao palco do Teatro Amazonas, com “Cabaré Chinelo – O Show”, com a participação da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) e regência do maestro Marcelo de Jesus. No mês de agosto, o show voltou ao maior patrimônio histórico do estado para celebrar os 10 anos da série Encontro das Águas.

O álbum reúne as músicas da obra sobre as mulheres prostituídas no período da Belle Époque e estão disponíveis nas plataformas digitais. No repertório estão 12 canções, entre elas “Somos o Cabaré”, “Soulanger”, “Maria É Gente”, “Prazer, Luiza”, “La Muerte”, “Moço”, “Bom Amigo”, “Tatá”, “Eu Sou a Maior”, “Lobas”, “Descanse” e “Grito de Conceição”.

Quatro faixas entraram na playlist viral Manaus: “La Muerte”, “Somos o Cabaré”, “Gaita de Gaivota” e “Lobas”. A música “Eu Sou a Maior”, da personagem Balbina, entrou em mais de mil playlysts e segue como a primeira entre as mais ouvidas, com 10 mil reproduções, mais 1,46 mil ouvintes e 155 playlists no Spotify.

O segundo lugar é de “Somos o Cabaré”, com 7,45 mil reproduções, mais 1,58 mil ouvintes e 178 playlists; enquanto “Grito de Conceição” ocupa a terceira colocação, com 3,47 reproduções, mais 1,51 mil ouvintes e 65 playlists.

Em setembro foi lançado “Baby Gay”, o primeiro single da peça “Sebastião”, para construir uma aproximação com o público e uma identificação com o trabalho que teve estreia em novembro. Até agora, a composição tem 3.405 reproduções, 790 ouvintes e 44 playlists, com 1.777 reproduções na primeira semana.

Neste mês, a companhia colocou “Sou Todo Amor” nos streamings de áudio, composição de Eric Lima com arranjos de Guilherme Bonates, que assina produção musical, mixagem e masterização; Luana Aranha, Bruno Rodrigues e Mady.

By emprezaz

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