Redação Planeta Amazônia
Contemplado na categoria Linguagens Artísticas – Música, do edital Artes Tocantins 2023, o projeto “Batuque do Barro” leva a cultura e a tradição dos instrumentos musicais feitos de barro para jovens e crianças tocantinenses, promovendo o aprendizado no campo da música, a partir de um saber passado de geração em geração. Por meio desta ideia, o projeto traz para a comunidade oficinas de capacitação com confecção de instrumentos, percussão e musicalização. As aulas são ofertadas gratuitamente, sempre aos sábados, na sede do Pote de Ouro Arts, em Taquaruçu.
Com turma iniciada no final de março, o cronograma de aulas prevê encontros até o mês de junho, com o objetivo de envolver a atual geração na tradição da produção artesanal de cerâmica a partir de técnicas primitivas, produzindo e desenvolvendo instrumentos musicais que possuem sons marcantes e raros de se ouvir atualmente, em busca de afirmar a possibilidade de se fazer algo novo sem se desligar das raízes culturais. Ao final das oficinas, a proposta é que seja realizada uma apresentação cultural no município de Palmas, em 15 de junho, e outra em Porto Nacional, no dia 22 de junho. O projeto ainda prevê a realização de uma palestra e apresentação musical em uma escola pública a ser definida e divulgada posteriormente.
“A expectativa é que ações do projeto possam aumentar o interesse dos participantes pela arte e cultura da cerâmica tradicional e pela música, pois acredito que elas têm o poder da transformação social por meio do reconhecimento dos valores culturais tradicionais do nosso povo”, disse o proponente contemplado, Wanderley Batista.
Para a coordenadora do projeto, Daniella Aires, o “Batuque do Barro” traz para os participantes “música, arte e ancestralidade. Tudo isso reunido em oficinas que unem a sonoridade delicada da cerâmica e a riqueza da prática tradicional do artesanato, preservando as raízes culturais e trazendo um novo significado para a arte da cerâmica, o som do barro, através dos instrumentos musicais que serão criados, unindo arte e música”, disse.
Daniella ainda reforça que “a musicalização é um poderoso instrumento que desenvolve na criança, além da sensibilidade à música, qualidades preciosas como a concentração, a coordenação motora, a sociabilização, a audição, o respeito a si próprio e ao grupo, a destreza do raciocínio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocional e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do indivíduo. A utilização de instrumentos musicais construídos pelos alunos, desperta-lhes o desejo de explorar musicalmente, isto é, de fazer experiências para obter todas as sonoridades possíveis. Ensinar música a partir desta concepção torna-se um meio prazeroso de educar, pois se agregam a ela outras áreas do conhecimento como a história, arte e cultura”, explica.
Contemplado no módulo II da categoria Linguagens Artísticas – Música, o projeto recebeu o valor de R$ 30.000,00 para sua execução e a proposta traz oficinas com duração de 3 meses, que visam proporcionar o repasse do saber aos seus alunos. Para acompanhar atualizações sobre o “Batuque do Tambor”, interessados podem visitar a página oficial no Instagram (@batuquedobarro).
Conheça mais sobre o proponente
Wanderley Batista de Carvalho nasceu em Porto Nacional, mas foi no distrito de Taquaruçu que cresceu e reside até hoje. É criador e instrutor de confecção de instrumentos musicais de barro e ainda na infância, a partir do conhecimento de sua mãe, que dominava a técnica indígena de fabricação manual, teve contato com esse saber. Hoje vive da sua arte e seu trabalho é voltado para a transmissão dos conhecimentos tradicionais do barro através de oficinas, cursos e workshops.