Redação Planeta Amazônia
A bioeconomia emerge como uma das principais apostas para impulsionar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, aliando conservação ambiental à geração de renda e inclusão das comunidades locais. Segundo o estudo Nova Economia para a Amazônia Brasileira, liderado pelo WRI Brasil, a integração entre bioeconomia e restauração florestal pode injetar até R$ 45 bilhões no PIB brasileiro e criar mais de 830 mil empregos até 2050.
Esse modelo já apresenta resultados concretos em países amazônicos como a Colômbia. A iniciativa Agrosolidaria Florencia, por exemplo, comercializa cosméticos e alimentos feitos com plantas nativas e opera a maior unidade de processamento da Amazônia colombiana.
“A bioeconomia já é uma realidade concreta, com mais de 1.500 iniciativas mapeadas na Pan-Amazônia”, afirma Joana Oliveira, da Rede Pan-Amazônica pela Bioeconomia.
Produtos como açaí, castanha, copaíba e mel de abelhas nativas exemplificam um modelo que valoriza a biodiversidade, os saberes tradicionais e os modos de vida locais.

Fórum reforça alianças em Leticia
Para fortalecer essa agenda, a Rede Pan-Amazônica pela Bioeconomia realiza de 15 a 17 de julho o Fórum de Ação Pan-Amazônica pela Bioeconomia, em Leticia (Colômbia). O evento reúne indígenas, organizações civis, investidores, pesquisadores e instituições como OTCA, BID, Banco Mundial, TNC e WWF.
A proposta é estruturar políticas públicas, estratégias financeiras e ações integradas que consolidem a bioeconomia como setor econômico reconhecido até 2035.
“A bioeconomia compatível com a floresta fortalece economias locais e cria resiliência climática”, destaca Rachel Biderman, da Conservação Internacional.
Rumo à COP 30
O Fórum acontece em um momento estratégico: prepara os debates para a COP 30, em novembro, em Belém (PA), e antecipa a V Cúpula de Presidentes da OTCA, em agosto, em Bogotá. A expectativa é posicionar a bioeconomia como solução para a crise climática e instrumento de justiça social.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta barreiras, como falta de políticas integradas, escassez de financiamento e baixa articulação entre os atores. O Fórum busca superar esses gargalos e transformar a bioeconomia em vetor de uma Amazônia regenerativa e inclusiva.