Brasil avança em finanças sustentáveis e ganha destaque em relatório global

Redação Planeta Amazônia

O Brasil voltou a se destacar no Relatório de Progresso Global 2025 do Sustainable Banking and Finance Network (SBFN), rede internacional apoiada pela IFC que monitora avanços em finanças sustentáveis em 72 economias emergentes e em desenvolvimento. O país subiu uma subetapa no “Pilar 3 – Finanças Sustentáveis”, que avalia ações regulatórias e voluntárias do setor financeiro voltadas à economia verde e à transição climática.

O levantamento cita a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) como exemplo de coordenação interministerial e multissetorial, conduzida pelo Ministério da Fazenda e com participação de 38 órgãos públicos, 46 consultores, 18 organizações da sociedade civil e duas internacionais. O Banco Central do Brasil teve papel essencial, reforçando o compromisso com a estabilidade financeira e a economia de baixo carbono. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também é mencionada pelo apoio técnico baseado em sua própria Taxonomia Verde.

Entre as inovações da TSB estão a inclusão de setores extrativos, a incorporação de metas sociais como equidade e a criação de ferramentas práticas, como o caderno metodológico e requisitos obrigatórios para empresas elegíveis. A aplicação será gradual, iniciando por grandes companhias listadas e instituições financeiras, com o objetivo de garantir legitimidade e alcance setorial.

O relatório também destaca o Arcabouço Brasileiro para Títulos Soberanos Sustentáveis, que orienta a emissão de títulos públicos com recursos destinados a projetos de desenvolvimento sustentável. O Brasil estreou nesse mercado em novembro de 2023, com um título de US$ 2 bilhões e vencimento em sete anos. Em 2025, ocorreu uma nova emissão, marcada por forte demanda de investidores e 219 ordens registradas no livro de ofertas.

Com isso, o país se consolida entre os principais emissores da América Latina, ao lado de México e Chile, e se torna referência para o setor privado. A expansão reforça o compromisso do governo e do sistema financeiro com políticas sustentáveis e com a atração de capital internacional voltado à agenda climática.

“O setor bancário brasileiro tem histórico pioneiro em práticas socioambientais e climáticas. Adotamos políticas de responsabilidade, autorregulação e padrões mais exigentes para impulsionar a transição para um mundo sustentável”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban.

O Relatório de Progresso Global 2025 também traz pela primeira vez indicadores de seguros e mercado de capitais, ampliando a análise do setor “no banking”. Os dados referentes ao Brasil estão disponíveis no site do SBFN.

Segundo o levantamento, os países-membros da rede já emitiram US$ 790,5 bilhões em títulos temáticos, representando 94% das emissões dos mercados emergentes. Desde 2023, foram introduzidas 145 novas diretrizes de finanças sustentáveis, fortalecendo critérios ESG e aproximando políticas nacionais das melhores práticas internacionais.

Entre os principais desafios apontados estão a ampliação do financiamento para adaptação climática, o fortalecimento institucional e a melhoria na qualidade e disponibilidade de dados confiáveis.

By emprezaz

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