Redação Planeta Amazônia
Durante a plenária comemorativa da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, realizada em Brasília, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o país tem a chance de inaugurar um novo ciclo de prosperidade, baseado na conciliação entre desenvolvimento e conservação ambiental. Ela destacou políticas públicas voltadas à restauração ecológica, à bioeconomia e às concessões florestais, além da aprovação do projeto de lei que regula o mercado de carbono.
Marina também alertou para a urgência de uma transição energética justa, apontando a queda nos investimentos globais na área devido aos conflitos bélicos. “Estamos avançando, mas precisamos do apoio de todos, sobretudo do setor privado, para alcançar os resultados almejados”, disse a ministra.
A COP 30, que será realizada em Belém em novembro, foi o foco central do evento. A plenária contou com a participação do High Level Champion da conferência, Dan Ioschpe, e dos enviados especiais André Guimarães, Roberto Rodrigues e Marcello Brito, que reforçaram a conexão entre as propostas brasileiras e os compromissos do Acordo de Paris.
Produção agrícola e restauração ambiental como aliados
Diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Guimarães defendeu que a restauração florestal pode ser aliada da produtividade agrícola. “Plantar floresta não deve ser visto como custo. A vegetação nativa favorece a produção e evita inflação futura dos alimentos”, pontuou.
O ex-ministro Roberto Rodrigues ressaltou o papel do Brasil no cenário global como exemplo de agricultura sustentável: “Podemos promover segurança alimentar e gerar biomassa para energia.”

Contribuições concretas e visão para o futuro
Em uma década de atuação, a Coalizão já promoveu mais de 900 debates e publicou 50 documentos técnicos que influenciaram políticas públicas, como o Plano Clima e o Planaveg. O movimento também atua em 12 forças-tarefa dedicadas a temas como bioeconomia, rastreabilidade de commodities e restauração florestal.
O último painel, com participação de representantes de instituições financeiras e científicas, abordou as oportunidades até 2035. O pesquisador da Embrapa, Marcelo Morandi, destacou a diversidade da agricultura brasileira como ativo estratégico. “Essa pluralidade é uma riqueza que precisa ser reconhecida”, afirmou.
Próximos passos: construir pontes para o país
No encerramento, o cofacilitador da Coalizão, Fernando Sampaio, reforçou o papel do movimento na articulação entre sociedade civil e setor agropecuário. “Teremos muito trabalho nos próximos 10 anos, e seguiremos construindo pontes para a estratégia nacional”, concluiu.