Com participação do IPAM, relatório global alerta estágio crítico dos chamados “tipping points “

Redação Planeta Amazônia

O Relatório de Pontos de Inflexão Globais (Tipping Point Report), divulgado nesta quarta-feira (6), na COP28, em Dubai, alerta que as mudanças climáticas podem gerar um cenário “sem precedentes” no planeta. O documento completo sobre o tema foi produzido por 200 pesquisadores, sob coordenação da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e contou com a participação de Patrícia Pinho, diretora adjunta de pesquisa do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

Líder do relatório, Tim Lenton, especialista em sistemas terrestres da Universidade de Exeter, afirma que o avanço mais rápido de pontos de inflexão tem consequências como aumento de potenciais conflitos, violência e migrações.

“É uma ameaça de magnitude sem precedentes para a humanidade”, afirmou Lenton, durante a apresentação do relatório.

A principal expectativa dos cientistas com o relatório é incluir pontos de inflexão nos compromissos ambientais dos países/ foto:IPAM_Reprodução

Dentre os 26 pontos de inflexão detectados, pelo menos cinco deles podem estar no limite: 1) derretimento de gelo na Groelândia; 2) derretimento de gelo na Antártida Ocidental; 3) desaparecimento de corais; 4) derretimento de permafrost (camadas de crosta terrestre que foram descongeladas); e 5) corrente oceânicas de giro polar do Atlântico Norte.

Patrícia Pinho destaca que no âmbito da Amazônia, além dos impactos da crise climática, a destruição de florestas também é uma ameaça. “A Amazônia é um ecossistema vulnerável, suscetível aos aumentos da temperatura global, então é tido como a primeira das grandes razões por que se preocupar com as mudanças climáticas ou com o aumento da temperatura global”, avaliou.

Positivos  

A principal expectativa dos cientistas com o relatório é incluir pontos de inflexão nos compromissos ambientais dos países e que vão constar no Balanço Global (Global Stocktake), nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), e principal resultado esperado da COP28.

Patrícia Pinho, diretora adjunta de pesquisa do IPAM participou da apresentação do relatório/ foto:IPAM_Reprodução

O relatório, contudo, é propositivo, e sinaliza com soluções para que, ao atingir a marca de aumento de 1,5º de temperatura do planeta, as consequências sejam gerenciáveis.

Entre os chamados tipping points positivos estão o uso de veículos elétricos, abastecimento com energia de fontes renováveis e o fim do uso de combustíveis fósseis.

“Investimentos em transporte público de qualidade, acessível e sem emissões, mudanças na produção de alimentos sem desmatamento e mudanças culturais devem ser características de pontos de inflexão. Nesse sentido, movimentos e organizações sociais, bem como o setor financeiro, podem promover cooperação e equidade, gerando pontos de inflexão sociais positivos”, defendeu a diretora adjunta do IPAM.

Mesmo com a mudança de comportamento, contudo, o relatório afirma que a redução das emissões a zero até 2050, como se pretende no Acordo de Paris, pode ser insuficiente para evitar tragédias.

By emprezaz

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