Com seca histórica, empreendedores discutem como superar emergência climática para manter o mercado na Amazônia

Redação Planeta Amazônia

Os rios estreitos e as altas temperaturas afetam a locomoção, a saúde e o acesso à água das populações amazônicas que enfrentam a pior seca da história. Isso tudo gera impacto na economia, principalmente na vida de quem depende do solo e da floresta para produzir e comercializar os produtos locais. 

Por isso, empreendedores da Amazônia estarão reunidos para discutir o tema “Empreender em meio ao caos: desafios da mudança climática para os negócios na Amazônia”, no 3º Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis na Amazônia (FIINSA), realizado pelo Idesam e Impact HUB Manaus, nos dias 22, 23 e 24 deste mês. 

Essas discussões serão consolidadas nas vozes de: Johannes Zimpel, diretor da Inocas, que realiza trabalho com agricultura familiar; da superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Valcicleia Soledade, que trabalha com desenvolvimento sustentável em comunidades tradicionais; e da presidente da Associação dos Agropecuários de Beruri (ASSOAB), Sandra Amud, organização que reúne coletores de castanha-do-pará. 

Juntos, eles devem responder perguntas sobre o papel da filantropia para ações estruturadas na base, a inserção do tema mudanças climáticas dentro da área econômica e como isso está ocorrendo no dia a dia.  

“Queremos mostrar um pouco da realidade dos empreendedores que estão fazendo esse trabalho na Amazônia e como essa questão da estiagem e das mudanças climáticas está afetando, mas não somente, porque não é só o empreender que impacta, mas nós temos ações sociais importantes que devem ser feitas”, diz Soledade. 

Para ela, cujo trabalho ativo é feito diretamente com povos tradicionais em comunidades que fazem roçado, realizam plantio e a comercialização, é necessário pensar antes em itens básicos que são afetados pela seca. “Como você empreende na Amazônia, onde muitas pessoas não têm acesso a energia? Como você de fato pode ajudar a resolver o problema se a maioria não tem água potável?”, completa. 

A expectativa para a conversa é de que seja um diálogo propositivo, com ações pensadas para o futuro.

Seca e altas temperaturas trazem consequências

No dia 17 de outubro, o nível do rio Negro chegou a 12,25 metros, na cidade de Manaus, no Amazonas, o menor já visto em 122 anos. Por causa da vazante, navegar está mais difícil. Os rios ficam tão baixos que as embarcações correm o risco de bater em galhos, árvores e animais ou de ficarem isoladas em terras lamacentas e bancos de areia. 

Já as altas temperaturas prejudicam os solos, que ficam mais secos, porosos, suscetíveis à queda, e reduzem a saúde das plantações, colocando macaxeiras e bananais mais quentes, com impacto  no crescimento. 

Além disso, o tempo de trabalho no roçado e colheita também mudaram. Antes, era possível cuidar da floresta até 11h da manhã, por exemplo. Agora, é necessário diminuir os horários e evitar a fadiga, dor de cabeça e estresse causados pelo calor. 

By emprezaz

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens relacionadas