Redação Planeta Amazônia
Além de ser uma vitrine para as inovações e potenciais do setor agropecuário, a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2024), também promove a riqueza cultural e as práticas sustentáveis das comunidades produtoras das Unidades de Conservação (UCs) espalhadas pelo estado. Das regiões do Jalapão, Ilha do Bananal, Cantão e Lajeado, comunidades expõem suas produções artesanais e compartilham os frutos do extrativismo e a importância dessas atividades como alternativas econômicas viáveis e sustentáveis.
Sâmyla Valadares, gerente de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), ressaltou a relevância dessa iniciativa em que as comunidades encontram na Agrotins uma oportunidade não só de comercialização, mas também de divulgação de suas culturas e saberes locais.
Cerca de 10 associações foram selecionadas pelo Naturatins, conforme explica a analista do órgão, Perla Oliveira Ribeiro. “Fizemos uma seleção junto com os gestores das UCs para indicar associações estruturadas e com produtos no mercado, que vão desde artesanato até produtos da sociobiodiversidade dos frutos do Cerrado”, afirmou.
A bioeconomia, que já se mostra consolidada na Amazônia, começa a ganhar visibilidade também no Cerrado tocantinense, e a feira desempenha um papel fundamental ao fortalecer e apoiar as comunidades locais nesse processo. “Estamos trabalhando com essas comunidades para que elas possam expor seus produtos, comercializar e promover a biodiversidade do Cerrado”, complementou Perla.
Durante as rodas de conversa, o intercâmbio de conhecimentos e o estímulo ao desenvolvimento comunitário sustentável são oportunizados como faz Deusenir José, da Ascolombolas-Rios, ao produzir geleia de puçá, que costuma apelidar de “jabuticaba do Cerrado”, e é o carro-chefe de sua produção que também inclui a geleia de buriti.
“Foi muito satisfatório desenvolver a geleia com essa fruta, que era desperdiçada. Vi ali uma oportunidade, fui recolhendo e fazendo com apoio do Naturatins, que foi me ajudando a coletar. A equipe vai comigo quando é um lugar mais distante. Gosto muito de fazer isso, agradeço a oportunidade valorosa, já que eu não achava um caminho para fazer isso sozinha”, relatou Deusa, como gosta de ser chamada.
Distribuição de mudas
Nas rodas de conversa, realizadas no ‘Bosque da Semarh’, os visitantes podem levar mudas de árvores nativas distribuídas pelas brigadas florestais do Parque Estadual do Lajeado (PEL), da Área de Proteção Ambiental (APA) Lago de Palmas e da APA Serra do Lajeado.