Redação Planeta Amazônia
O relógio instalado ao lado da sede do governo do Pará amanheceu, nesta sexta-feira (28), exibindo o número 500, número que marca a contagem regressiva de 500 dias para a realização da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças de Clima (COP 30), que acontece em novembro de 2025, na capital paraense, Belém. O evento da ONU ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro do próximo ano e vai reunir líderes mundiais, especialistas e ativistas para debater, em terras paraenses, soluções para o futuro do planeta.
“Belém está a 500 dias de se tornar a capital mundial do debate climático, mas para nós a COP já começou. Todas as tomadas de decisões que nós estamos fazendo a partir da oportunidade de ser sede da COP são para deixar um legado para a Amazônia, para os povos da floresta e para Belém, como cidade-sede do evento”, disse o governador do Pará, Helder Barbalho.
O legado citado pelo Chefe do Executivo paraense inclui uma profunda requalificação da capital paraense que, para a realização da Conferência, passa por diversas transformações – muitas delas já podem ser vistas conforme mostram os canteiros de obras se multiplicam pela cidade.
Entre as obras estruturantes do Governo do Estado estão diversas ações de desenvolvimento urbano, como a requalificação da Doca e da Avenida Tamandaré, com a criação de parques lineares, e a construção do Porto Futuro II e do Parque da Cidade – este último ocupando uma área de 100 hectares do antigo aeroclube para servir de palco para os debates da COP e, após o evento, se transformar em mais um destino turístico e opção de lazer para os moradores da região metropolitana de Belém graças aos espaços dedicados a visitação, gastronomia e economia criativa.
Obras estratégicas
A construção da “Belém da COP” inclui investimentos estratégicos que visam solucionar problemas históricos da capital paraense, como o saneamento urbano que recebeu uma injeção de R$ 1,4 bi para a expansão da rede de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, além da realização da macrodrenagem em locais como a bacia do Tucunduba para que a população fique finalmente livre dos alagamentos.
“Estamos requalificando a cidade, melhorando a vida de 2,3 milhões de pessoas que vivem e trabalham na região metropolitana. Essas pessoas poderão ter uma cidade que passou por profundas transformações, resultado do investimento de 4 bilhões de reais em infraestrutura, mobilidade, desenvolvimento urbano, conectividade e turismo. São ações que irão gerar emprego, renda e trazer desenvolvimento para todo o estado do Pará” pontua Helder Barbalho.
Investimento em pessoas
Mas o legado da COP não se restringe a compromissos internacionais e obras físicas – o Governo do Estado trabalha para que a conferência traga melhorias às pessoas por meio da qualificação profissional, criação de empregos e geração de renda.
Uma das principais iniciativas do Estado para a melhoria de vida da população é o programa “Capacita COP 30”, que oferece 12 mil vagas em 67 cursos de qualificação gratuitos nas áreas de turismo, infraestrutura, segurança do trabalho e produção de alimentos.
As aulas do programa “Capacita COP30” são realizadas nos polos localizados na Região Metropolitana de Belém, em Santarém, na Região do Salgado e na ilha do Marajó. Ao término do curso, o concluinte recebe um certificado com o selo da COP 30, que vai ajudar a melhorar a sua empregabilidade e também facilitar sua colocação no mercado de trabalho que desde já, está aquecido graças à proximidade do evento.
De acordo com a vice-governadora e presidente do comitê estadual da COP 30, Hana Ghassan, a realização da conferência trará impactos positivos para o desenvolvimento do turismo, ajudando a fomentar uma nova vocação econômica em todo Estado.
“Os turistas verão que estamos preparados para receber esse e outros grandes eventos. Por isso, é tão importante levar capacitação e desenvolver a mão de obra local. Vamos aliar a simpatia e o carisma do paraense às estratégias do mercado e de receptividade”, destaca Hana Ghassan.
Uma ponte para o futuro
A realização da, considerada “COP da Floresta”, em Belém é uma oportunidade para que os líderes mundiais possam refletir sobre o futuro e para que as comunidades tradicionais da floresta possam se manifestar sobre a importância da preservação ambiental e a necessidade de desenvolvimento para a região.
“Temos desafios de equilibrar o desafio social com o desafio ambiental. Nós temos 29 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, sendo 9 milhões no Pará. Eu preciso fazer com que essas pessoas possam ter qualidade de vida, ter emprego, oportunidades”, destaca o governador Helder Barbalho.
Este equilíbrio, segundo Helder Barbalho, ocorre através do combate aos crimes ambientais e também da criação de uma nova matriz econômica para a população cuja existência depende da floresta. “É importante que a gente não invista apenas em controle e fiscalização, porque se você não der uma alternativa para fazer uma transição do uso do solo nós sempre estaremos agindo apenas como um estado policial, fiscalizatório. Precisamos criar um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável para todas as pessoas que moram ali. A floresta viva precisa valer mais do que a floresta morta”, pondera o governador.
O investimento em sustentabilidade passou pela criação de um plano estadual de bioeconomia, que há dois anos favorece iniciativas socioambientais como cooperativas e atividades econômicas de baixa emissão – um exemplo positivo do Estado do Pará, que poderá mostrar ao mundo os resultados do investimento em uma economia verde.
“A COP 30 será um momento para os países membros da ONU reverem suas metas de emissão de gases, e aqui no Pará nos comprometemos em zerar nossas emissões até 2035, e isso será possível ao aliarmos o combate ao desmatamento com o desenvolvimento de novas vocações econômicas”, disse Helder Barbalho.
“Nós queremos fazer desta a ‘COP das COPs’, levando um pouco da experiência da Amazônia para o mundo. As pessoas que falam sobre clima, floresta, natureza vão poder viver um pouquinho do que é a nossa região. Isso facilita o diálogo sobre preservação ambiental porque o debate deixa de ser sobre algo abstrato – todos passam uma melhor dimensão do que está em jogo e do que pode ser feito para proteger a floresta e os seus habitantes”, conclui a vice-governadora Hana Ghassan.