Redação Planeta Amazônia
O COP30 Day, realizado nessa quarta-feira (13), no Hub Amazônia na COP29, em Baku, foi um marco de diálogo estratégico para a conferência de 2025, que terá Belém como sede. Com a presença de autoridades como o presidente do Consórcio da Amazônia Legal e governador do Pará, Helder Barbalho; o governador do Amapá, Clécio Luís; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o evento reforçou o compromisso do Brasil com a pauta ambiental e o protagonismo da Amazônia nas discussões climáticas.
Na abertura, o presidente do Consórcio apresentou um panorama sobre as expectativas para a COP30 e os avanços já planejados para a infraestrutura e economia verde de Belém. Destacou, ainda, a mobilização de investimentos de R$ 4 bilhões para projetos de mobilidade, saneamento e revitalização urbana, incluindo a transformação do antigo aeroclube em um parque urbano que servirá como espaço âncora da conferência. Barbalho enfatizou que a realização da COP30 vai além de colocar o Brasil em destaque, é uma oportunidade única para posicionar a Amazônia como protagonista nas discussões globais. “Esta COP é decisiva porque posiciona o Brasil e, principalmente, a Amazônia, neste protagonismo”, destacou.
O governador do Amapá, Clécio Luís, falou da importância histórica de sediar a COP em território amazônico, afirmando que esse momento representa uma oportunidade sem precedentes para colocar as questões da Amazônia no centro do debate climático global. Ele ressaltou que trazer a COP30 para Belém é uma chance de dar voz às urgências da região, atraindo investimentos internacionais e apoio para o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. A Amazônia, enfatizou, não deve ser vista apenas como um tesouro de biodiversidade, mas como uma força transformadora para o desenvolvimento de políticas inovadoras em sustentabilidade. A construção de soluções que equilibrem preservação ambiental e crescimento econômico também foi defendida pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. “É perfeitamente possível compatibilizar desenvolvimento e sustentabilidade”, ponderou.
Guiando a programação do Hub Amazônia e todas as ações desta COP, a estratégia “Baku to Belém” tem orientado as iniciativas para fortalecer a presença e o impacto dos estados amazônicos nas discussões globais. Elaborada pelos governadores da Amazônia Legal, essa estratégia visa criar uma linha contínua de ações e compromissos que impulsionem a atração de investimentos e a cooperação internacional em direção à COP30. O impacto positivo da estratégia foi celebrado por André Guimarães, diretor executivo do IPAM, ao final da abertura do COP30 Day. “Hoje o Brasil mostrou unidade. Aqui, renasceu um país líder”, enfatizou.
O COP30 Day também apresentou uma programação de painéis temáticos que abordaram questões fundamentais para o futuro da Amazônia. Um dos destaques foi o painel sobre a “Declaração de Belém”, que discutiu o papel da cooperação entre os países amazônicos para enfrentar os desafios climáticos, destacando a necessidade de alianças para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental. Outro painel focou nos caminhos para o financiamento sustentável da Amazônia, com ênfase na conservação florestal e em sistemas agroalimentares resilientes. Especialistas discutiram soluções práticas para atrair investimentos que fortaleçam a floresta em pé e promovam o desenvolvimento econômico sustentável da região.
O evento ainda foi palco do lançamento da Câmara Setorial de Povos Indígenas, uma iniciativa que visa ampliar a representatividade e a voz das comunidades indígenas nas discussões sobre o futuro da Amazônia. Esta câmara representa um esforço inovador para garantir que as perspectivas e conhecimentos tradicionais desses povos sejam levados em consideração no desenvolvimento de políticas públicas e projetos de preservação ambiental.
Com essas iniciativas, o COP30 Day no Hub Amazônia consolidou as bases de um planejamento sólido e articulado rumo à COP em Belém, reafirmando o compromisso do Brasil com uma agenda climática inclusiva e posicionando a Amazônia como um ator central nas negociações globais sobre clima e sustentabilidade.