Em pronunciamento nesta quarta-feira (23) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Eduardo Ribeiro (PSD) fez um alerta ao governo do Estado e à sociedade civil sobre o aumento expressivo na saída de gado vivo do Acre para fora do estado. Segundo ele, dados extraoficiais apontam que o volume de bovinos exportados no primeiro quadrimestre de 2025 já supera o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
O parlamentar afirmou ter visitado o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) e elogiou a atuação do diretor-presidente Chico Tum, destacando sua abertura ao diálogo e compromisso com a produção rural. No entanto, Eduardo reforçou a necessidade de dados oficiais para fundamentar o debate. “Números oficiais são inegociáveis. A gente precisa avaliar isso com muita atenção e transparência”, afirmou.
Segundo o deputado, a continuidade desse ritmo pode gerar um impacto significativo na indústria local de carne, com um possível déficit superior a 115 mil cabeças de gado. “Estamos falando de uma cadeia que emprega mais de 2.500 famílias diretamente. Se faltar boi para o abate, o consumidor final vai sofrer com o aumento no preço da carne”, alertou.
Compromisso com o governo e o desenvolvimento
Apesar da preocupação, Eduardo Ribeiro reafirmou seu compromisso com o governo estadual e sua base aliada. “Nosso papel como fiscalizadores é justamente levantar essas discussões, mas também contribuir com soluções. Tenho plena confiança no governador Gladson Cameli e acredito que vamos encontrar um ponto de equilíbrio”, disse.
O parlamentar defendeu ainda que o Acre avance em debates estratégicos para o crescimento do estado, como a abertura de rotas de exportação para o Peru. “Precisamos pensar grande. O Acre tem potencial para ser um dos estados mais prósperos do Brasil. Mas, para isso, precisamos enfrentar os desafios com responsabilidade e planejamento”, pontuou.
Equilíbrio entre produção e sustentabilidade
Eduardo também destacou que não defende medidas como aumento de pauta fiscal ou restrições arbitrárias, mas sim o equilíbrio entre exportação, abastecimento interno e geração de empregos. “Não é sobre travar a produção, mas garantir que ela beneficie a todos. É possível exportar e manter uma indústria forte, que empregue e gere renda no nosso estado”, concluiu.
Por: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale