Redação Planeta Amazônia
O processo de colonização do Brasil causou grandes perdas para a cultura indígena, com impactos sobre componentes vitais para a memória dos povos originários, como a tradição oral dessas comunidades. Uma iniciativa do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, visa a valorização e a retomada das línguas ancestrais destes povos. É a versão virtual da Mostra Temporária Nhe’
O processo de colonização do Brasil causou grandes perdas para a cultura indígena, com impactos sobre componentes vitais para a memória dos povos originários, como a tradição oral dessas comunidades. Uma iniciativa do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, visa a valorização e a retomada das línguas ancestrais destes povos. É a versão virtual da Mostra Temporária ” Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”, exposição que está atualmente em cartaz no museu e que aborda as línguas e culturas indígenas do Brasil.
De acordo com o museu, essa será uma oportunidade de mais pessoas poderem conferir a exposição que é dedicada às mais de 175 línguas indígenas que ainda são faladas no Brasil. A versão virtual e gratuita já está disponível para ser acessada.
Por meio do site, as pessoas vão poder percorrer as salas expositivas, conhecer mais detalhes sobre as obras, assistir aos vídeos e objetos interativos que fazem parte da mostra e até ouvir os sons ambientes como os de pássaros da floresta. Um dos vídeos que poderá ser visto virtualmente é “Resistência Indígena”, de Daiara Tukano e do Coletivo Bijari, que mostra como o processo de colonização e os conflitos por terras fizeram com que o número de línguas indígenas passasse de cerca de mil no ano de 1500 para apenas 175 nos dias de hoje.
Também é possível se arriscar a falar algumas palavras em línguas como o xavante, o tuyuka e o terena. O visitante poderá até participar de um karaokê cantando uma música indígena. Além disso, será possível baixar uma série de materiais, como um e-book com textos presentes na mostra e também os mapas criados exclusivamente para a exposição. Também vai estar disponível um caderno educativo para professores e estudantes.
Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação têm curadoria da artista, ativista, educadora e comunicadora indígena Daiara Tukano e propõe uma imersão nas dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas do Brasil. O nome da exposição, segundo a curadora, é um conceito dos povos guarani e significa “boas palavras, bons pensamentos, bons sentimentos, palavras doces que vêm de coração para tocar o coração de cada pessoa”.
O texto de abertura da sala virtual da mostra diz: “Buscamos palavras doces para narrar trajetórias de resistência e luta dos povos indígenas. E, a partir desse sopro, esperamos encontrar uma escuta cuidadosa e disposta a se abrir à transformação”.