Redação Planeta Amazônia
Empreendedores paraenses que produzem peças de artesanato, cerâmica e moda, além de outras soluções e produtos sustentáveis, estarão reunidos na quinta (11) e sexta (12), na primeira edição do Projeto Meca (Multilinguagens da Economia Criativa da Amazônia), no Parque da Residência, em Belém (PA). Promovida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae/PA), a feira começa às 17h, é aberta ao público e tem entrada gratuita. O evento vai contar também com um desfile de moda para apresentar as criações das estilistas que integram o Projeto Cápsulas de Marajó.
O Meca, que conta com o apoio da Sescoop/PA e do Senar, promove o encontro de empreendedorismo, cooperativismo e arte. Em relação a este último ponto, a programação será na Estação Gasômetro e inclui shows de Elba Ramalho, Luã Yves, Nilson Chaves e Arthur Espíndola em formato de sarau, cujos ingressos já estão à venda. Durante a apresentação dos artistas, as conversas acontecem e oferecem ao público uma experiência rica, com falas sobre as trajetórias pessoais e profissionais de cada um. A ideia é que essas histórias inspirem e proporcionem um clima de mais proximidade com a plateia.
Arthur Espíndola, cantor e idealizador do festival, explica que o Meca vai proporcionar o encontro de arte e empreendedorismo. “Estamos criando um espaço em que os dois caminham juntos, mostrando ao mundo que Belém é, de fato, a meca da Cultura”, ressalta. Espíndola diz que esse é mais do que um evento. “É uma celebração da nossa cultura e do nosso potencial criativo. Queremos mostrar como as diferentes linguagens artísticas se interligam e como a arte também é parte essencial da economia criativa.”
A arte, incluindo a música, é um dos eixos de atividade da economia criativa – cujo objetivo é usar a criatividade como vetor de desenvolvimento social e econômico. Segundo Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará, a região Amazônia é uma das mais biodiversas do mundo e na floresta estão soluções que podem gerar negócios sustentáveis e inovadores, como biocosméticos, biojoias, artesanato e moda, entre outros, revelando a brasilidade da região para quem vive no país ou virá de fora para a COP 30, que vai acontecer no ano que vem em Belém. “Queremos fortalecer atividades da economia criativa que já existem, mas também capacitar empreendedores e pequenos negócios, mostrando para essas pessoas que podem e devem aproveitar seu saber ancestral, suas aptidões e o local em que vivem para gerar renda e oportunidades perenes, que se mantenham depois da COP 30”, afirma.
Estima-se que a economia criativa poderá gerar mais 1 milhão de empregos no país até 2030, de acordo com o levantamento recente do Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Atualmente, esse segmento é responsável por 7,4 milhões de postos de trabalho no país.
Oportunidade para novos negócios
Na feira de economia criativa, 18 empreendedores irão expor seus produtos com expectativa de comercializar, fazer networking e até desenvolver parcerias para criar novos itens. A Amazônia Zen é um dos negócios que aposta nisso. A marca de moda feminina e acessórios já nasceu em 2005 com foco em respeitar os recursos do meio ambiente e da floresta, sempre apoiada pelos cursos do Sebrae no Pará. Segundo a fundadora Drielle Sassaki dos Santos, todos os insumos usados pela marca são resultado de reaproveitamento.
“Usamos couro e escamas de peixe descartados, resíduos de madeira de obra e fibras de garrafas pet para criar moda de impacto e sustentável”. Até mesmo as bolsas desenhadas por ela aproveitam fibras de buriti em sua confecção. Drielle explica que a participação nesse tipo de feira é importante para trocar experiências com outras empreendedoras e também para descobrir novos materiais e usos. “Tenho feito contatos importantes nessas feiras de economia criativa e conquistado fornecedores que têm a mesma proposta criativa”, afirma.
Já a Ciclo Saboaria quer a visibilidade que esse tipo de evento pode trazer para uma empresa pequena e jovem. Criada em 2021, a marca da empreendedora Gabrielle Bandeira nasceu da necessidade de transição de carreira de uma advogada cansada da profissão. “Fiz um curso de saboaria por hobby, mas descobri uma oportunidade de negócios”, disse.
Como já conhecia e valorizava os insumos naturais, fez contato com fornecedores locais e investiu nos produtos da região para criar xampus, condicionadores, sabonetes e aromatizantes naturais, sustentáveis e veganos. “Cada um deles tem a proposta de valorizar a nossa cultura e nossas tradições, especialmente no nome.”
O apoio do Sebrae veio no fim de 2022 pela necessidade de se profissionalizar e crescer. Hoje, a empresa, que é totalmente digital, usa e-commerce para escoar a produção para os clientes do Sul e Sudeste que, de acordo com ela, são os que mais compram os produtos – talvez por já estarem acostumados a investir em itens mais caros por causa da proposta de valor agregado do produto.
Sobre a COP 30
Promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Conferência das Partes (COP) é o maior e mais importante evento sobre clima e meio ambiente do mundo. A COP 30, em 2025, deve atrair mais de 60 mil pessoas para Belém. A expectativa do Sebrae/PA é que toda a mobilização gerada para a preparação do evento deixe um legado importante para a capital paraense, consolidando-a como um novo pólo receptivo turístico brasileiro.
Sobre o Sebrae
O Sebrae é uma entidade privada, sem fins lucrativos. Em nível nacional, a instituição existe desde 1972. No Pará, ele foi criado dois anos depois, em 10 de maio de 1974. Atualmente, o Sebrae/PA está presente em todas as regiões paraenses, por meio de 13 Agências Regionais, sediadas em municípios pólo, e de parcerias com entidades de classe e prefeituras municipais, em espaços como as Salas do Empreendedor.