O fotógrafo, escritor e documentarista Felipe Goifman lança hoje sua nova obra “Hakitia – Amazônia Hebraica”. O livro cobre uma parte da história do Brasil muito pouco conhecida pela maioria do povo brasileiro, que é a imigração de judeus marroquinos para a Amazônia brasileira. A obra explora as raízes judaicas da Amazônia e compara a luta dos índios com a resistência histórica do povo judeu.
Segundo o autor, Felipe Goifman, “eu me dei essa missão de documentar a imigração judaica no Brasil e a presença deles no nosso país. Eu tenho a intenção de levar para a televisão essa história, através de uma série. Nós que somos jornalistas é importante usar de todas as mídias, televisão, impresso, livros, internet. Vamos construindo arte o tempo todo. O poder do livro reúne memórias, a vida é feita de amor e dessas memórias afetivas”, explicou.
Com o início do ciclo da borracha na Amazônia brasileira, os judeus marroquinos se animaram e vieram para a foz do Rio Amazonas, e depois paulatinamente se instalaram à margem do rio até Iquitos, no Peru. Esta história é ricamente apresentada pelo autor através de fantásticas fotografias e um texto instigante. O período desde meados do século XIX até o início do século XX foi comercialmente um sucesso devido à exportação de borracha, castanhas e outros produtos da região para o mundo industrializado. Os judeus viveram todos esses anos, deixando herdeiros em várias cidades, retratadas através dos cemitérios com túmulos exibindo nomes portugueses, mas sobrenomes tipicamente marroquinos, como Benzecry, Benchimol, Benoliel, Benarroch, Bentes, Levy, Cohen etc.
Felipe Goifman é natural de Belo Horizonte. Desde 1987, quando participou da exposição Dez Jovens da Fotografia Brasileira, na Galeria Funarte, vem viajando pelo Brasil e mundo afora atrás de histórias de vida e de vidas repletas de histórias. Suas reportagens e ensaios fotográficos foram publicados em dezenas de revistas, em mais de vinte países e pelo menos em quatro sistemas de escrita diferentes. O autor é ainda colaborador habitual da revista National Geographic.
Texto: Thainá Dias/Oliberal