Estudo aponta caminhos para integrar indústria brasileira à sociobiodiversidade amazônica

Redação Planeta Amazônia

A conexão entre a indústria brasileira e as cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica ainda é incipiente, mas começa a ganhar contornos mais concretos. É o que revela o estudo “Da Floresta à Indústria: como viabilizar cadeias amazônicas sustentáveis”, lançado pela Fundação Eco+ em parceria com a aceleradora Quintessa.

A análise propõe formas de integrar insumos amazônicos — como castanha, açaí, andiroba, cumaru e cacau — às estratégias de suprimento e inovação de empresas dos setores alimentício, cosmético, têxtil e automobilístico. O objetivo é promover relações comerciais estruturadas, transparentes e duradouras, alinhadas às práticas ESG e à geração de valor compartilhado.

“Mais do que reforçar a importância da sociobioeconomia, o estudo traz soluções já testadas por empresas que superaram desafios logísticos, jurídicos e culturais para construir relações sustentáveis com a Amazônia”, afirma Ana Paula Barbosa de Almeida, analista de sustentabilidade da Fundação Eco+ e coautora da publicação.

Estudo aponta caminhos para integrar indústria brasileira à sociobiodiversidade amazônica/foto: Divulgação

A pesquisa teve início com um diagnóstico do setor industrial e das cadeias produtivas amazônicas, seguido de entrevistas com representantes de negócios comunitários, organizações intermediárias e grandes empresas. A metodologia adotada foi a “Hot Spot Analysis”, desenvolvida pela própria Fundação Eco+, com apoio técnico do Quintessa.

Gabriel Costa, gestor de projetos no Quintessa e também coautor do estudo, destaca que a indústria pode ser um vetor estratégico para impulsionar a sociobiodiversidade. “Buscamos entender como as empresas podem se conectar de forma estruturada com cadeias amazônicas, respeitando as particularidades do território e promovendo valor para todos os elos da cadeia”, explica.

Entre as práticas mapeadas estão:

  • Projetos-piloto de inovação aberta
  • Articulação entre áreas internas como sustentabilidade, suprimentos e jurídico
  • Presença local e diálogo transparente com comunidades produtoras
  • Formação de preços justos e previsibilidade financeira
  • Prioridade para cadeias produtivas já estruturadas
  • Adoção de certificações e apoio de organizações intermediárias

Ao fomentar conexões sustentáveis entre indústria e Amazônia, o estudo contribui para um ambiente de negócios mais inclusivo, resiliente e alinhado à transição para uma economia de baixo carbono.

A publicação está disponível para download gratuito no site da Fundação Eco+.

By emprezaz

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