Alejandro Fonseca Duarte, professor da Universidade Federal do Acre; Pesquisador em Clima e Ambiente da Amazônia
Pode parecer estranho este assunto, mas ele tem sido bastante discutido a partir de vários pontos de vista, por exemplo: ações antrópicas (desmatamento, queimadas, poluição do ar, do solo, das águas); produtos da ciência e da tecnologia de uso nefasto e descontrolado (bombas nucleares de fissão e de fusão, guerra bacteriológica, outras guerras, surgimento de microrganismos tão ou mais letais que o SARS-CoV-2, produção de artefatos inteligentes que podem se tornar ingovernáveis); desequilíbrio ecológico motivado e mantido pelas ações socioeconômicas não sustentáveis e suas consequências (pandemias e catástrofes climáticas); e inclusive um movimento pela extinção em prol da manutenção de uma ecologia sem a participação humana (uma extrema loucura, sem pés nem cabeça).
Causas naturais também podem ser tidas em conta, relacionadas à extinção da humanidade, como a diminuição do oxigênio nos ambientes atmosfera e oceanos ou também ao desaparecimento da própria Terra, por exemplo, choques de meteoros com o planeta e esgotamento da energia produzida pelo Sol.
Para o planeta, onde existem muitas formas de vida, a sociedade humana não é mais importante que a sociedade das formigas; antes de o homo sapiens aparecer existia vida. E se a sociedade humana desaparecer mantendo-se a existência da Terra, dadas as condições, as demais espécies vivas continuarão sua existência e evolução. A extinção de uma ou outras espécies continuará a fazer parte dos processos de transformação e adaptação.
O falso desenvolvimento tem colocado a Terra e os humanos em perigo, as vezes em perigo iminente; uma grande parte dos cidadãos está sob constante perigo, riscos associados às condições de vida sub-humana a que estão submetidos; uma vulnerabilidade imposta pela forma de produção das sócio-economias fundadas e mantidas pela violência, em suas múltiplas manifestações. A violência não procede da genética humana, ela se deve aos excedentes de produção; eles ocasionaram a queda das sociedades primitivas dando origem ao escravismo, às castas e elites, que em sua essência chegaram até hoje. Esse conceito está claramente exposto numa interessante publicação do Correio da Unesco. É uma verdade solidificada na dialética da sociedade, que já produz a consciência coletiva necessária para mudar a realidade objetiva presente, como visto nos países mais avançadas do planeta, cujos Índices de Desenvolvimento Humano são uma perspectiva à igualdade nas diferenças, lograda através da educação, da saúde, do trabalho, da cooperação, da segurança e da felicidade coletiva.
A erradicação da pobreza (um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas) pressupõe a erradicação da riqueza desnecessária, individualista e também pressupõe o aumento das riquezas sociais e culturais, a garantia da educação, da saúde, da moradia e o desfrute da felicidade.
A Copa do Mundo de Futebol e outros eventos de união dos povos para celebrar o esporte e demais manifestações eminentemente humanas, significam paz, harmonia e integração. Esse espírito poderia existir em todas as escalas, desde o bairro e a comunidade até países e continentes. A prevalecer esse espírito não haverá espaço para a extinção da humanidade!