Redação Planeta Amazônia
Os dados, divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que 209 km² foram desmatados até o dia 17 de fevereiro , sendo a maior marca para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2015, abrangendo dados tanto para áreas totalmente desmatadas, como para regiões em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 24.
O Inpe monitora a vegetação nativa com alertas de área desmatada e atualiza os dados a cada sete dias, sempre da semana anterior. De acordo com os dados disponibilizados até a sexta-feira passada (17), o território da Amazônia Legal teve pouco mais de 208km² de área desmatada.
A Amazônia Legal engloba 59% do território brasileiro, o que representa uma área total de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão .
Os estados campeões na motoserra em fevereiro são Mato Grosso (129 km²), Pará (34 km²) e Amazonas (23 km²). Em janeiro, alertas registraram desmatamento de 167 km² , revelando queda de 61% em relação ao mesmo período de 2022 .
A razão para os dados apresentarem uma redução tão grande está na captação das imagens via satélite. Janeiro deste ano apresentou maior cobertura de nuvens na região e isso dificulta a avaliação dos dados.
O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) identifica sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²).
Em janeiro, o acumulado de alertas de desmatamento foi de 167 km², uma queda de 61% em relação ao mesmo período de 2022.
No entanto, Daniel Silva, especialista em Conservação, ressaltou que ainda era cedo para falar sobre uma reversão de tendência, já que parte da queda poderia estar relacionada com uma maior cobertura de nuvens no período.
“A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela, pois a cobertura de nuvem registrada nesse período é a maior dos últimos seis anos para o início do ano. A cobertura de nuvem pode aumentar o tempo de detecção pelo sistema Deter que usa imagens de satélites com sensores ópticos”, disse.
“É possível, por exemplo, que mais desmatamento tenha ocorrido, mas será registrado somente nos próximos dias ou semanas, quando esse cenário será menor”.