Redação Planeta Amazônia
O governador de Roraima, Antonio Denarium viajou esta semana a Georgetown, capital da República da Guiana, para cumprir agenda no país. Durante a visita, o chefe do Executivo foi recebido pelo ministro de Obras Públicas do país, Deodat Indar, e tratou de temas como o asfaltamento da estrada desde a região portuária de Linden até Lethem.
A expectativa é que a estrada seja uma nova opção logística e econômica para Roraima e a Guiana, representando geração de emprego e renda para os povos, conforme explicou o governador. “A República da Guiana é uma nação irmã e possui muitas potencialidades a serem compartilhadas com Roraima e os brasileiros. Por isso, nós vamos seguir fazendo as articulações com o Governo Federal sempre à frente, para alcançarmos novas etapas de uma obra tão importante para o desenvolvimento econômico e logístico da nossa região”, disse Denarium.
Durante a viagem, a comitiva do Governo de Roraima visitou o acampamento da empresa responsável pela pavimentação da estrada e o projeto de asfaltamento de Linden a Mabura. A pavimentação do trecho de 121 quilômetros com 7,2 metros de largura deve ser finalizada em junho de 2025, conforme previsão da empresa executora das obras.
A primeira fase do projeto, já em execução, prevê a construção de uma rodovia de duas pistas, com a mudança de areia e terra para uma superfície de concreto asfáltico. Também inclui uma pista para ciclistas e pedestres com dois metros de largura e dez pontos de ônibus equipados com rampas para pessoas com deficiência.
O intuito do governo da Guiana é que o pavimento tenha continuidade até Lethem, na fronteira com Roraima, uma vez que a estrada impulsionará o comércio e vai abrir oportunidades para empreendimentos comerciais entre as nações. O ministro Deodat Indar agradeceu a visita da comitiva e reforçou o interesse do país vizinho para a integração com o Estado de Roraima e a Região Norte do Brasil.
“É uma nova fronteira para a Guiana e sabemos que é um movimento que vai revolucionar a economia do nosso país neste momento. Por isso pedimos esse esforço de Roraima para continuar a articulação com outras autoridades brasileiras para a completude da rodovia até Lethem. Dessa forma vamos nos integrar totalmente nessa logística com o Estado e com o Brasil”, declarou.
A secretária-adjunta da Seinf (Secretaria de Infraestrutura), engenheira Deuchelly Oliveira, presente na agenda de visita à Guiana, explicou que as obras de Linden a Lethem foram separadas em três lotes pelo governo guianense, sendo que primeiro trecho, até Mabura Hills, está em execução. Após este trajeto, restarão cerca de pouco mais de 300 km até a fronteira com o Brasil.
“Vale frisar que o projeto da estrada como um todo já está concluído, e isso é um facilitador inclusive para a captação de empréstimos de bancos de investimentos. O segundo trecho é onde tem a ponte sobre o Rio Essequibo, que também já está sendo feita, além de outras 45 pontes de concreto que já estão sendo executadas também”, afirmou.
Acordo de transporte
Durante a visita, foi discutida também a necessidade de firmar urgentemente o Acordo de Transporte Rodoviário Internacional de Passageiros e Cargas com a Guiana, que é fundamental para aprofundar o intercâmbio comercial entre os dois países.
Um dos principais objetivos com a medida é a oficialização de empresas tanto do Brasil quanto da Guiana operarem trechos de viagens internacionais, como de Boa Vista e Manaus a Lethem, na fronteira, ou até cidades como Annai, Mabura Hill, Linden e a capital Georgetown.
O acordo também vale para o sentido inverso, com trechos de Georgetown a Boa Vista ou Lethem a Boa Vista e Manaus, além de outras cidades. Todos os trechos teriam frequência estabelecida em acordo e operadas por empresas habilitadas.
Investimentos
O secretário da Seeai (Secretaria Extraordinária de Atração de Investimentos), Aluizio Nascimento, reforçou que cada parte do processo junto às autoridades e investidores guianenses é importante para estreitar relações comerciais em uma economia latente, que promete ser uma das mais visadas na região.
“Para Roraima será muito bom, porque nós vamos efetivar uma alternativa para abaixar nossos custos tanto para importar quanto para exportar produtos de forma mais barata, principalmente para o agronegócio. A alternativa de termos outro porto também é muito interessante e com certeza fará a diferença nesse processo de consolidação da economia do nosso Estado”, disse Nascimento.