Redação Planeta Amazônia
O governo do Acre enviou, na manhã desta quinta-feira (9), uma equipe de especialistas em salvamento para prestar socorro às vítimas das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. Além dos bombeiros, o Estado também está enviando embarcação, motor e equipamentos para resgate, entre eles, o cespu xavier de salvamento, criação de uma bombeira do Acre e produto inédito do estado.
Os quatro militares saíram do Comando-Geral em Rio Branco com destino ao estado sulista, que sofre com inundações que já mataram 107 pessoas em 425 cidades.
O governador do Acre, Gladson Cameli, acompanhou a saída dos militares. Para ele, essa é mais uma demonstração de que o Estado está disposto a ajudar em qualquer que seja a situação.
“É uma forma de tentar ajudar com todas as medidas possíveis. É o momento em que o Brasil está unido em ajudar o Rio Grande Sul. É uma situação realmente de calamidade e de emergência. E cabe a nós unir nossas forças”, disse.
O chefe de Estado reforçou que, mais uma vez, o Acre atua como forma de referência, já que passa periodicamente por cheias recorrentes, tendo, inclusive, sido a segunda maior registrada este ano.
“É o Norte dando as mãos para o Sul. Quero agradecer ao Corpo de Bombeiros, ao Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom), que está coordenando essa movimentação de estrutura para dar uma força. Eu, como governador, determinei que tudo aquilo que for possível, aquilo que a gente puder fazer, seja feito”, afirmou.
E lembrou que, recentemente, quando o Acre teve 19 dos seus 22 municípios em emergência por conta da cheia, o Rio Grande do Sul também se colocou à disposição. “Então, é o momento de ajudar os nossos irmãos brasileiros que ali se encontram. Peço a Deus que ilumine eles, que dê força e esperança. Que isso sirva para que a gente possa estar mais unido, pensando em ter paz, tranquilidade, porque o que nós estamos precisando é disso. Agradeço a minha equipe governamental do Corpo de Bombeiros, que está se disponibilizando para contribuir com aquilo que eles mesmos juraram no dia da sua posse. Esses guerreiros salvam vidas e vão ajudar a diminuir esse prejuízo no Sul”, destacou Cameli.
Acre à disposição
O coronel Eden Santos, comandante-geral, em exercício, do Corpo de Bombeiros do estado, disse inicialmente, que serão quatro militares enviados, porém, todos os especialistas ficam à disposição, caso sejam acionados.
“Estamos aqui com especialistas que serão encaminhados com recursos de viatura, barcos e equipamentos de salvamento para dar a atenção devida na resposta. São especialistas na área de salvamento aquático, águas rápidas, e também de ambientes colapsados, altamente técnicos, que vão, com certeza, contribuir com esse momento difícil que o povo gaúcho está sofrendo”.
Ele ressaltou ainda, que o equipamento criado pela capitã Ruana Casas vai ser um apoio importante nos resgates que necessitam de aeronaves. “Com certeza vai ser necessária também a utilização dele, porque muitas aeronaves estão no local fazendo vários tipos de resgates”, disse.
O cespu é um equipamento que consiste basicamente no uso de um cesto e um pulsar. O projeto foi criado enquanto ela fazia um treinamento em Goiás e foi posto em prática no Acre, tornando o estado pioneiro no novo método. Ele foi apresentado também no Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom).
Inicialmente, os testes do aparelho foram feitos com resgate de animais, mas, atualmente, também é usado no resgate de crianças. O protótipo industrial do aparelho está sendo criado para que seja comercializado.
“Tenho certeza que ele pode ser empenhado em toda e qualquer missão. Inclusive, também para o transporte de cães (de resgate), onde serão transportados para locais de difícil acesso. É possível também fazer o transporte desses animais de resgate para os locais onde será feito o salvamento das pessoas e animais”, disse o coronel.
Cenário no Sul
Segundo o mais recente boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, subiu para 107 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. A atualização desta quinta-feira, 9, aponta que há um óbito sendo investigado. O estado registra 136 desaparecidos e 374 feridos.
Há 232,6 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 67.563 em abrigos e 165.112 desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos). O Rio Grande do Sul tem 428 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1.482.006 milhão de pessoas afetadas.