Redação Planeta Amazônia
O Banzeiro do Brilho de Fogo voltou com suas atividades com o apoio do Governo do Amapá na difusão cultural do batuque e marabaixo em Macapá. O projeto, que ficou parado por quatro anos devido a pandemia de Covid-19, existe há quase 10 anos e conta com 75 batuqueiros.
O tradicional cortejo deste ano está previsto para o dia 13 de setembro e integra a programação comemorativa do Estado, o “Amapá 80 anos”, que celebra a criação do ex-Território.
“O Banzeiro é uma forma de mostrar que o marabaixo e o batuque é de todos os amapaenses, temos uma dinâmica que é fácil, então não tem desculpa, todos podem aprender e sair daqui tocando sua caixa. Voltamos agora, com o apoio do Governo do Estado, depois de quatro anos parados, é uma alegria imensa ver tanta gente vindo participar”, reforça o coordenador-geral do Banzeiro, Adelson Ramos dos Santos.
O Banzeiro funciona de forma coletiva, oferecendo oficinas com caixas de marabaixo para todos que se interessarem pelo instrumento. A volta do grupo brindou quem passa pela frente da Casa do Artesão Amapaense, onde ocorrem os ensaios.
As duas netas da Cleide Borges, Heloísa e Eloá, de 6 e 7 anos cada, participaram de uma das oficinas ofertadas pelo Banzeiro. Elas aproveitaram para aprender a batucar pela primeira vez, o que encheu a empreendedora de orgulho. Ela é proprietária de um dos restaurantes do entorno do ponto turístico.
“Estou tirando muitas fotos porque nunca imaginei vê-las tocando, é muito bonito. A melhor parte é que elas já têm um talento natural, fiquei chocada, mas muito feliz de ver as duas interessadas pela nossa cultura. Nós não temos com quem deixá-las em casa, então é um momento especial proporcionar esse conhecimento do Amapá para elas”, conta a empreendedora.
O grupo é formado por todos os tipos de pessoas, de todas as idades e lugares do Amapá. Entre eles, a professora Celine Guedes, de 39 anos, explica que conhece o projeto desde sua concepção, mas só este ano resolveu participar das oficinas e aprender a tocar. Ela está grávida do Max, que, segundo ela, já vai nascer batuqueiro.
“Eu sempre assisti, vi meus amigos aprendendo, mas nunca participei; esse ano meu esposo quis aprender, comprou uma caixa e estamos aqui, desde o primeiro dia de oficina junto com o Max, que aqui de dentro da barriga batuca com a gente”, conta animada.
“Esse é um projeto grandioso que retorna com o impulsionamento do Governo do Estado, embalado pelas nossas caixas de marabaixo e que faz referência a nossa maior e mais potente expressão cultural, o nosso patrimônio. Reforçar e integrar esse projeto é uma importante ferramenta de difusão cultural”, destacou a diretora-adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Silva.