Um indígena de etnia desconhecida que vivia isolado há 26 anos na Terra Indígena Tanaru, na região da Amazônia localizada em Rondônia, foi encontrado morto na terça-feira (23). A Funai (Fundação Nacional do Índio) divulgou a informação apenas hoje.
Ele era monitorado pela Funai desde 1996 e, embora a fundação não soubesse sua idade, o cálculo era de que ele tinha mais de 50 anos. Em nota, a Funai afirmou que ele foi encontrado em sua rede de dormir e que no local “não havia sinais de violência ou luta”.
Confira a nota de pesar divulgada pela Funai:
“A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa, com imenso pesar, o falecimento do indígena conhecido como “Índio Tanaru” ou “Índio do buraco”, que vivia em isolamento voluntário e era monitorado e protegido pela Funai por meio da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé, no estado de Rondônia, há cerca de 26 anos. O indígena era o único sobrevivente da sua comunidade, de etnia desconhecida.
O corpo do indígena foi encontrado dentro da sua rede de dormir em sua palhoça localizada na Terra Indígena Tanaru, no último dia 23 de agosto, durante a ronda de monitoramento e vigilância territorial realizada pela equipe da FPE Guaporé/Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC). Não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso.
Também não havia sinais de violência ou luta. Os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares. No interior da palhoça havia dois locais de fogo próximos da sua rede. Seguindo a numeração da lista de habitações do Índio Tanaru registradas pela Funai ao longo de 26 anos, essa palhoça é a de número 53, seguindo o mesmo padrão arquitetônico das demais, com uma única porta de entrada/saída e sempre com um buraco no interior da casa.
O exame de local de morte foi realizado pela perícia da Polícia Federal, com a presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO). As atividades foram acompanhadas por servidores da Funai. Nos trabalhos, foram utilizados equipamentos como drone e escâner 3D, além de serem coletados diversos vestígios e o corpo do indígena, que serão analisados pelo INC em Brasília.
A Funai lamenta profundamente a perda do indígena e informa ainda que, ao que tudo indica, a morte se deu por causas naturais, o que será confirmado por laudo de médico legista da Polícia Federal.”
Com informações de Uol