Redação Planeta Amazônia
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) acompanhou, no sábado (20), o início oficial da colheita do capim-dourado no campo Rio do Meio, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, no Território Quilombola do Carrapato.
A atividade está autorizada até 30 de novembro, conforme a Lei nº 3.594/2019, que define o calendário de manejo sustentável do capim-dourado e do buriti. A normativa garante que a extração seja feita sem comprometer os campos nativos e beneficia associações de artesãos cadastradas junto ao Naturatins.
Os campos de capim-dourado se espalham pelo Parque Estadual do Jalapão (PEJ) e pela APA, em áreas como Faveira, Caetano, Corta Perna, Brejo da Danta, Cabeceira do Carrapato, Riacho de Areia, Brejo das Meninas e Gongo.
De acordo com a supervisora da APA Jalapão, Rejane Ferreira, o período de coleta é aguardado o ano inteiro pelas comunidades. “Esse manejo garante a manutenção da espécie, protege as veredas e assegura a renda da população, que depende do artesanato”, destacou.
Este ano, os campos apresentam abundância de matéria-prima, aumentando a expectativa de uma safra farta. O capim colhido será transformado em bolsas, chapéus, acessórios e outros artigos que circulam no Brasil e no exterior, promovendo a cultura do Jalapão.
Artesãos como Noemi Gonçalves da Silva e Argemiro Pereira da Silva reforçam a importância da prática para manter viva a tradição e garantir o sustento familiar. “É um momento esperado por todos. A colheita regular assegura nossa renda e preserva nossa cultura”, afirmou Argemiro, de 76 anos.
Além da supervisão direta nos campos, o Naturatins também realiza ações educativas em comunidades do Estado, reforçando regras de coleta, manejo e transporte do capim-dourado e do buriti. O objetivo é conciliar preservação ambiental, geração de renda e valorização cultural.
