Redação Planeta Amazônia
Criado para aproximar a ciência da comunidade, o Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em Manaus, celebra 28 anos neste sábado (1º de abril) com programação especial, das 9h às 16h30. Mais de 20 atividades serão oferecidas ao público, como visitas guiadas, exposições, oficinas e a entrega da revitalização de uma trilha de 96 metros, melhorando a acessibilidade dentro da área verde que fica em plena área urbana de Manaus. A entrada é gratuita e sem necessidade de agendamento pelo site (www.gov.br/inpa/bosque).
A cerimônia de abertura será às 10h, seguida de apresentação de voz e violão do Grupo Só De Bubuia, na Ilha da Tanimbuca, um dos atrativos do Bosque, onde se encontra uma grande árvore remanescente da mata primária e com idade estimada em 600 anos. No passado, a área onde é o campus sede do Inpa e o Bosque já foi carvoaria.
Diversos grupos de pesquisa do Inpa e instituições parceiras estarão na programação de aniversário do Bosque da Ciência – Educador por Natureza, um espaço dedicado ao lazer, à apreciação da natureza, à educação ambiental e à popularização do conhecimento. Foi inaugurado no dia 1º de abril de 1995, com a presença do então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e a participação da sociedade.
Para a diretora do Inpa, a pesquisadora Antonia Franco, o Bosque representa uma das mais importantes estratégias do Instituto de abrir as suas portas para a comunidade e socializar conhecimento, mostrando aos visitantes as contribuições científicas do Inpa para conhecer a Amazônia e desenvolver de forma sustentável a região.
“Estamos felizes pela participação e transferência para a sociedade das pesquisas feitas pelo Inpa e do quanto o Bosque fica na memória de seus visitantes como referência de preservação, conservação, sustentabilidade da floresta e importância da biodiversidade amazônica”.(Antonia Franco, diretora do Inpa)
A programação é diversificada com atividades para as várias idades. Exposição de insetos aquáticos, invertebrados vivos, curiosidades sobre o peixe-boi, mistérios das várzeas e igapós, espaço primatas (UEA), plantio de mudas no Bosque e doação para visitantes (Ufam e Instituto Soka), oficina para produção de tintas com solos amazônicos (Ifam), oficina de papel reciclado usando fibras de resíduos agroflorestais e visitas guiadas no Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa) e na área de anfíbios e répteis da Casa da Ciência.
“Estaremos com um conjunto de atividades chamativas e importes no Bosque. No grupo de plantas aquáticas, que trabalha também com vegetação de margem de rios e outros, estaremos com o estande “Os Mistérios das várzeas e igapós”. Vamos apresentar informações e materiais sobre plantas aquáticas, idades de árvores olhando a partir dos troncos, as plantas que ocupam as árvores – como as epífitas, orquídeas -, além de imagens de drones desses ambientes e o papel dos peixes fertilizando os rios com sementes”, contou a pesquisadora Maria Teresa Piedade, coordenadora do Grupo Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Peld/ Maua).
Tem ainda pintura de rosto e desenhos para a criançada, apresentação da revitalização da unidade demonstrativa Ecolágua e de uma bicicleta transformada em plataforma móvel de monitoramento climático, inclusive do Bosque – a Biciclima. Às 11h30 será entregue a revitalização de uma trilha. A obra permitiu acesso a cadeirantes, corrimão para apoio e melhoria do piso. Os quase 100 metros de trilha dão acesso do Auditório da Ciência até o Recanto dos Inajás, e aos experimentos do Projeto Ieté, que visam a injeção de água no aquífero e de um poço profundo de monitoramento das águas subterrâneas.
Segundo a Coordenadora de Tecnologia Social do Inpa e uma das organizadoras do evento, Denise Gutierrez, o Bosque é um espaço multifuncional, onde se faz educação, popularização da ciência, além de ser um ambiente que fala ao espírito, ao corpo, à mente e à cognição. “O Bosque é um ambiente que fala às várias camadas das nossas vidas, sendo muito favorável à promoção da saúde mental. Não são poucas as pessoas que vêm relaxar, fazer uma caminhada, um exercício físico”, ressalta Gutierrez, que é psicóloga com doutorado em saúde pública.
Visitantes
Após três anos, esta é a primeira comemoração presencial de aniversário do Bosque da Ciência. No período da pandemia da Covid-19 o espaço ficou com as visitas presenciais suspensas, e as atividades foram realizadas de forma virtual lideradas principalmente pelo Programa Ciência na Escola (PCE/MCTI/CNPq). O processo de reabertura presencial foi retomado em maio de 2022, inicialmente apenas para as escolas, e em outubro para o público geral e de forma gratuita.
As visitas continuam intensas no parque. Até 2019, o Bosque recebia cerca de 100 mil visitantes por ano, considerado um dos espaços verdes mais visitados do Brasil, e entre maio de 2022 a janeiro de 2023 foram 40,2 mil visitantes. Para se ter ideia, somente em janeiro deste ano, período de férias escolares, foram mais de 12,5 mil visitantes.