Redação Planeta Amazônia
Equipes do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC) e do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) trabalham em conjunto nesta semana nos municípios de Feijó e nas regiões do Juruá e Tarauacá/Envira, dando continuidade à operação Sine Ignis (Sem Fogo). As instituições de fiscalização e segurança ambiental no Acre estão intensificando suas operações nessas regiões mais afetadas pelos crimes ambientais.
Desde o início do ano, foram lavrados autos de infração que somam valor superior a R$ 15 milhões e cerca de 2 mil hectares de áreas foram embargadas. Para conter o avanço das queimadas, o governo estadual adotou uma série de medidas emergenciais. Entre as ações, destaca-se a suspensão, por meio da Portaria nº 280 do Imac, das autorizações para queima controlada até 31 de dezembro. A decisão visa mitigar o impacto da degradação florestal no estado, especialmente frente ao aumento dos incêndios ilegais.
O presidente do Imac, André Hassem, afirma que o objetivo das ações é dar cumprimento à legislação ambiental, com o apoio das outras instituições. “Nosso papel é fiscalizar, orientar por meio da educação ambiental e realizar um bom trabalho nesse sentido. Iniciamos com ações educativas, mas diante dos crimes ambientais que estão sendo cometidos, estamos aplicando sanções e embargando áreas onde essas infrações ocorrem”, afirma.
“Além de conscientizar, também estamos multando de acordo com o que a legislação prevê, atendendo à demanda da população, especialmente nesse cenário de crise ambiental que afeta o país e, em particular, o nosso estado. Estamos atuando fortemente nas áreas mais atingidas, em parceria com outros órgãos de fiscalização, e pedimos o apoio da população para que se conscientize e nos ajude no combate aos crimes ambientais”, concluiu o presidente.
Uma das ferramentas utilizadas na identificação das áreas afetadas é a plataforma Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), que permite monitoramento dos focos de queimada via satélite. A partir das coordenadas registradas na plataforma, equipes de técnicos e da Segurança Pública conseguem localizar as áreas de desmatamento com precisão, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente no combate aos crimes ambientais.
O trabalho integrado das instituições reforça o compromisso do governo do Acre com a preservação ambiental, em um momento de extrema vulnerabilidade para os biomas locais.
Força Nacional chega ao Acre para atuar no combate às queimadas
A partir desta quinta-feira (19), o Acre receberá o apoio de 10 operadores da Força Nacional especializados em combate a incêndios florestais. Os profissionais serão deslocados para o município de Feijó, onde permanecerão por um período de 90 dias, com o objetivo de intensificar as ações de combate às queimadas que têm afetado a região.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Acre, coronel José Américo Gaia, essa mobilização representa um passo significativo na luta contra as queimadas e na defesa do meio ambiente. “Isso reflete o compromisso do governo em enfrentar os desafios ambientais que afetam nosso estado”, disse.
Com esta ação, o Acre se torna um batalhão da Força Nacional, contando com um efetivo total de 25 operadores, que inclui tanto profissionais administrativos quanto operacionais. Essa medida é parte de uma estratégia mais ampla que abrange também os estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso e Roraima, visando o emprego da Força Nacional em ações de segurança pública e preservação ambiental.
Os operadores da Força Nacional não apenas atuarão no combate a incêndios florestais, mas também em atividades de polícia judiciária e perícia forense. Eles prestarão apoio às polícias Civil e Federal na investigação das causas dos incêndios, especialmente aqueles provocados por ação humana. Essa colaboração é crucial para preservar a ordem pública e garantir a proteção das pessoas e do patrimônio.
O diretor operacional da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sejusp), coronel Atahualpa Ribera, explicou que o planejamento e a coordenação das atividades da Força Nacional estarão sob a responsabilidade da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “A atuação dos operadores ocorrerá em parceria com os órgãos de segurança pública e defesa social, além de entidades responsáveis pela proteção do meio ambiente”, concluiu o diretor.